segunda-feira, 30 de abril de 2012

Brasil poderá ser o segundo maior produtor de gás xisto

XISTO  Segundo estudos recentes, o aumento da produção do Shale Gas (gás natural produzido a partir do xisto), nos próximos anos, pode mudar o mercado de energia no mundo e torná-lo uma das principais fontes de energia não renovável. Estimativas colocam o Brasil, num futuro próximo, no segundo lugar como o maior produtor do insumo depois dos Estados Unidos. Em entrevista ao NN, o Coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Óleo e Gás (INOG), René Rodrigues falou sobre essas perspectivas. Para René, o termo xisto não está correto. Segundo o coordenador, o termo correto seria folhelho e neste caso específico talvez, folhelho betuminoso.

PRODUÇÃO  “No Brasil, a Petrobras produz principalmente óleo e gás de folhelhos betuminosos em São Mateus do Sul no Paraná. É um processo industrial de produção de óleo e gás pelo aquecimento deste tipo de rocha em atmosfera inerte (pirólise). Neste caso, o Brasil possui a segunda reserva mundial de folhelhos betuminosos, situados na Bacia do Paraná (Formação Irati), Bacia de Taubaté (Formação Tremembé), Bacia do Parnaíba (Formação Codó) e outras ocorrências menos conhecidas”, disse René.

FOLHETOS  René frisa que, enquanto o Brasil possuir reservas de óleo e gás produzido pela própria natureza e, portanto, a um preço bem inferior, dificilmente será dado ênfase muito grande a este tipo de recursos não convencional. “Outro tipo de recurso não convencional em termos de produção, muito em voga atualmente no mundo, é o que chamamos de gás de fohelhos (shale gas). É um processo em que o gás foi produzido pela natureza e ficou retido nos microporos do folhelho. Para produzi-lo é necessário efetuar fraturamento hidráulico e perfuração horizontal nestes intervalos”, explica. Segundo o coordenador, o INOG também está se dedicando a estudar este tipo de ocorrência.

ESTUDO  De acordo com estudo da consultoria KPMG, a Argentina deverá ser o primeiro país sul-americano a produzir gás de xisto em grande escala. Com reservas estimadas em 21 trilhões de m³ do energético, o país é apontado pela pesquisa como o único da região a estar pronto para dar início à produção comercial do chamado shale gas, a começar pela província de Neuquén, no sul argentino. Segundo a AIE, o Brasil aparece em 10° lugar entre os países produtores de shale gas no mundo com reservas estimadas de 6,3 trilhões de m³. Depois dele, aparecem apenas a Polônia e a França. Nas três primeiras posições estão a China (36,1 trilhões de m³), Estados Unidos (244,09 trilhões de m³) e Argentina (21 trilhões de m³). Segundo as previsões do Energy Information Administration (EIA) norte-americano, a produção de shale gas nos Estados Unidos irá quadruplicar entre 2009 e 2035.

Gás Natural: mais uma “nova fronteira” à vista

O ínfimo desenvolvimento de bacias sedimentares, de Norte a Sul do Brasil, revela grande potencial inexplorado de gás natural

As reservas gigantes de petróleo da camada do pré-sal sequer entraram em amplo desenvolvimento e o setor já pode estar diante de uma nova fronteira exploratória no Brasil. Agora, de gás natural. De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, o país possui 29 bacias sedimentares com as mesmas características de outras regiões do mundo que apresentam grande potencial de gás natural. E apenas 4% destas bacias foram leiloadas pela ANP.

Em uma séria de notícias publicadas pelo NN, durante a cobertura da última edição do Rio Gas Forum, executivos do setor de gás natural presentes na conferência deixaram transparecer expectativa de aumento na produção no país. Na época, o superintende da ANP e geólogo, Marcelo Castilho, confirmou que a Agência investira US$ 311 milhões para preparar as 19 bacias sedimentares para leilão.

Segundo o jornal O Globo, o ministro de Minas e Energia Edison Lobão disse, em entrevista, que este potencial inexplorado pode representar a autossuficiência do país em gás natural nos próximos cinco anos. Em levantamento realizado pelo jornal, dados apontam que em áreas do interior dos pais, como Mato Grosso (bacia do Parecis) e Minas Gerais (Bacia do São Francisco), o gás natural chega a borbulhar do solo (processo de exsudação). A concentração permite, inclusive, a combustão do gás.

Segundo informações do Globo, o desenvolvimento destas áreas é capaz de aumentar 360% a produção de gás no país, de 65 mi para 300 milhões de metros cúbicos, por dia, até 2027. A oferta deverá ajudar a estabilizar o preço do combustível no país. Atualmente, o gás custa, em média, US$ 16,84 por milhão de BTU, 17,3% mais caro frente à média mundial – com o avanço na produção de gás de xisto, os EUA, por exemplo, produzem o gás a US$ 2 por mi de BTU, enquanto no Brasil o custo gira em trono de US$ 8 por milhões de BTU.

Potencial para gás no pré-sal não convence executivo

Em relação à exploração de gás na camada pré-sal, o setor mostra-se mais desconfiado. Além da necessidade de reinjetar o gás no poço para desenvolver a extração de óleo, a real quantidade gás natural no pré-sal ainda é uma incógnita para o vice-presidente Comercial do BG Brasil, Marcelo Menicucci. Durante o Rio Gas Forum, o executivo disse ter “dúvidas sobre a quantidade de gás disponível” nos campos.

Foto: Produção de gás de xisto nos EUA (reprodução)

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Brocas de Perfuração


 

A broca de perfuração é a peça que corta a rocha quando estamos perfurando um poço de petróleo ou gás, na Indústria do Petróleo. Localizada na ponta da coluna de perfuração, abaixo do drill collar e do drill pipe, a broca é um dispositivo giratório que geralmente consiste em dois ou três cones, fabricados com materiais de extrema dureza, como aço, carboneto de tungstênio e/ou diamantes naturais ou sintéticos. Nesses cones temos dentes afiadíssimos que cortam as rochas e sedimentos no poço.
Diferentemente da perfuração de percussão, que consiste em bater com uma coluna pesadíssima no poço para ir quebrando a rocha, a perfuração rotativa usa uma broca girante para triturar, cortar, raspar e esmagar a rocha até o fundo do poço de petróleo. A escolha mais comum em termos de equipamentos de perfuração para poços de petróleo e gás inclui o conjunto formado por broca, colar, fluido, equipamento rotativo e equipamento “impulsionador”, prime mover, ou simplesmente gerador.
 
Top Drive
O “prime mover” é a fonte de energia para a perfuração, que alimenta o equipamento de içamento faz o serviço de içar e arriar os tubos de perfuração (drill pipes) para descê-los ou retirá-los do poço. O equipamento rotatório mantém o sistema em movimento. No início do século passado o equipamento de perfuração era girado por tração animal, usando-se basicamente gado para girar uma roda de madeira, mas hoje o equipamento rotatório é girado por uma mesa rotativa, conectada a uma haste oca e quadrada, chamada Kelly.
Em sondas mais modernas, usamos simplesmente o Top Drive ou um Power Swivel, que não são exatamente a mesma coisa, apesar de muita gente na Perfuração dizer que são. Conectado a Kelly, temos o Colar de Perfuração, que exerce pressão e peso sobre a broca de perfuração, fazendo-a passar pelas rochas e sedimentos. Fechando a coluna de perfuração temos a broca de perfuração e dando suporte ao processo de perfuração temos o fluido de perfuração (lama de perfuração) que auxilia na flutuabilidade da broca de perfuração, lubrifica os componentes e remove os sedimentos do poço, sedimentos esses que são retirados do fluido (lama) nas peneiras de cascalho, chamadas pro muitos de peneiras de lama (shale shakers), o que não é um termo muito correto, apesar de aceitável.
 
Broca de Diamante Sintético
Existem diversos tipos de brocas de perfuração. As rotativas com dentes de aço (Steel Tooth Rotary Bits) são as mais comuns, enquanto as Insert Bits são brocas com dentes de aço com pastilhas de carboneto de tungstênio. As brocas compactas de diamante policristalino usam diamantes sintéticos em conjunto com as pastilhas de carboneto de tungstênio. Cerca de 40 a 50 vezes mais fortes que as brocas de aço, as brocas de diamante têm diamantes industriais implantados em sua estrutura, o que as permite perfurar superfícies extremamente duras. Para trabalhos mais específicos são usadas brocas híbridas, que misturam diferentes componentes e características diferentes em sua estrutura.
 
Broca do Tipo Fishtail
Vários designs diferentes são usados nos equipamentos de perfuração para que se obtenha diferentes resultados, e com as brocas não é muito diferente. Temos brocas específicas para fazer o logging do poço, brocas de usinagem (mill bits), que ajudam a remover os resíduos do poço e as brocas do tipo cauda de peixe, ou rabo de peixe (fishtail), que aumentam o diâmetro do furo acima da broca.
Configurações diferentes trabalham melhor em diferentes formações. Assim, podemos usar diversos tipos de brocas num mesmo poço. Adicionalmente, as brocas de perfuração precisam ser trocadas devido ao desgate e corrosão. Os Engenheiros de Perfuração escolhem as brocas de acordo com fatores como os tipos de formações encontradas, se a perfuração é direcional ou não, temperatura do poço e se está sendo feito o logging ou não.
 
Broca de Perfuração Gasta
Quando uma broca de perfuração precisa ser trocada, os tubos de perfuração são retirados do poço, até que a toda a coluna de perfuração seja removida. Uma vez trocada a broca, toda a coluna é recolocada no poço e a perfuração continua.
Espero ter, de alguma forma, ajudado na divulgação do conhecimento sobre a Perfuração.
Caso tenham alguma observação, ou até mesmo correção, sintam-se à vontade para comentarem aqui.

sábado, 21 de abril de 2012

DILEMAS DO PEQUENO PRODUTOR DE PETROLEO

Materia publicada no Valor economico em 2011 - CLAUDIA SCHIFFER

Responsáveis por menos de 1% da produção brasileira, 19 pequenas e médias empresas de petróleo enfrentam uma série de dificuldades para crescer no país. A começar pelo fato de não terem volume nem receita que permitam operar no mercado internacional de petróleo.
A Petrobras, única refinadora do país, não tem interesse em comprar o óleo não tratado - que sai do poço misturado com água e sal - e a saída tem sido vender para formuladores, empresas que funcionam como uma pequena central petroquímica, podendo fabricar gasolina e óleo diesel a partir de derivados de petróleo como nafta, tolueno e xileno. Mas há um problema de logística, já que os pequenos produtores estão no Nordeste e os formuladores, no Sudeste.
Mas novas oportunidades devem se abrir para essas empresas. Em abril vence o prazo para que o governo estabeleça uma política para aumento da presença dos pequenos produtores na atividade. As associações que os representam já se reuniram com técnicos do governo para apresentar suas propostas.
Pequenas enfrentam dificuldades no país  
As pequenas e médias empresas de petróleo convivem com uma série de dificuldades no Brasil, onde a produção não conseguiu deslanchar depois de uma década da primeira tentativa de venda, pela Petrobras, de campos com produção marginal em bacias maduras, em 2000. Hoje, a produção dessas empresas é muito pequena. Retirando-se os quatro maiores produtores do país — Petrobras, Shell, Chevron e Devon (em fase de aquisição pela BP) — as outras 19 empresas extraem, juntas, apenas 2.600 barris de petróleo por dia, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) relativos a janeiro. É menos de 1% da produção nacional de óleo equivalente, que foi de 2,54 milhões de barris de petróleo e gás em janeiro.
Somado o gás natural, a produção dos pequenos sobe para 2.808 barris de óleo equivalente. A lista de produtores inclui empresas de maior porte como a estatal angolana Sonangol, que adquiriu a brasileira Starfish e produziu 459 barris de óleo em janeiro. Sem poder de negociação, essas empresas enfrenntam dificuldades para escoar a produção e não têm acesso a instalações de tratamento do óleo bruto, a maioria de propriedade da Petrobras. Se as grandes petroleiras podem embarcar sua produção em navios e vender no exterior, as pequenas não têm volume e nem receitas que permitam operar no mercado internacional de petróleo. Ao contrário, só há barreiras.
A Petrobras, única refinadora do país, não tem interesse em comprar o óleo não tratado — que sai do poço misturado com água e sal, principalmente — e a saída tem sido vender para formuladores em São Paulo. São empresas que funcionam como uma pequena central petroquímica, podendo fabricar gasolina e óleo diesel a partir de derivados de petróleo como a nafta, o tolueno e o xileno.
Existe aí mais um problema de logística, já que os pequenos produtores estão no Nordeste e os formuladores no Sudeste. O formulador opera, na prática, como uma pequena central petroquímica, podendo fabricar gasolina e óleo diesel a partir de derivados de petróleo como a nafta, o tolueno e o xileno.
Uma boa notícia para o setor foi a criação da Dax Oil, que inaugurou uma torre de destilação atmosférica ao lado do polo petroquímico de Camaçari, na Bahia, depois de investir R$ 20 milhões em recursos próprios para compra de equipamentos totalmente projetados e construídos no país com tecnologia nacional e capacidade de processar 2.500 barris ao dia. Em linguagem simples, isso significa que a Dax tem equipamentos para "tratar" o petróleo bruto retirando a água e o sal para que esse óleo seja mais vendável no mercado. Parece óbvio, mas até agora a única comprado-ra era a Petrobras, que só tem um ponto de coleta desse petróleo bruto na refinaria Landulfo Alves (Relam), onde a estatal construiu uma unidade de tratamento especialmente para coleta da produção dos independentes. Os produtores do Rio Grande do Norte entregam seu óleo à Transpetro, que cobra custos e serviços e envia o produto para a Bahia.
Para chegar até lá os pequenos precisam se virar para entregar o petróleo que, em certos casos, precisa viajar em carretas misturado com água. A operação, obviamente, não é a mais econômica. Mas os pequenos não têm porte que justifique o aluguel de áreas de tancagem e transporte por navio.
A Dax 011 opera desde 2008 produzindo solventes mas enfrentava dificuldades para aquisição da nafta: a Petrobras é a única produtora no país e fornece toda a produção para as centrais petroquímicas (operadas pela Braskem, na qual é dona de 47% do capital votante). Atualmente, a Dax compra todo o condensado de gás produzido no campo de Manati (sociedade da Queiroz Galvão com a Petrobras) e também importa nafta da Esso Argentina. 
Depois de tomar fôlego, a empresa decidiu investir para processar óleo do recôncavo baiano. "Os produtores aqui tinham o problema inverso do nosso, tinham produção mas não para quem vender", resume Cyro Valentim, sócio e diretor-executivo da Dax.
A Dax é compradora potencial da produção de pequenas empresas não só da Bahia. Fez um acordo com a refinaria Manguinhos, no Rio, que pode comprar até 288.
mil barris de óleo pré-processado ao ano, mas ainda não passa de intenção. Valentim diz que ainda não tem contrato de compra de petróleo com nenhuma empresa, mas está negociando com várias, inclusive a Vipetro, de Vitória (ES). "Estamos na fase de negociar a aquisição de petróleo com produtores independentes. O valor do petróleo está muito alto hoje e precisamos saber muito bem como fazer essa negociação para tomar a operação viável".
Com a cotação acima de USS 100 e diante da possibilidade de novas altas por causa da tensão na líbia e Arábia Saudita, o executivo explica que está propondo uma fórmula de preço que permita calcular o valor das frações mais nobres do petróleo e as mais pobres. As primeiras permitem fabricar a nafta petroquímica e as seguintes o óleo diesel e o óleo combustível, sendo esse último um combustível mais "sujo" e menos lucrativo.
Segmento quer novo modelo de concessão em terra 
Os pequenos produtores de petróleo e gás do Brasil vão lutar, mais uma vez, para garantir espaço em um setor dominado por gigantes como a estatal brasileira Petrobras e por companhias internacionais de grande porte. Em 22 de abril vence o prazo de 120 dias estabelecido na lei que instituiu o regime de partilha de produção (n- 12.351, de 22 de dezembro de 2010) para que o governo estabeleça "uma política e medidas e específicas" para aumento da presença do pequeno produtor na atividade petrolífera. As duas associações que reúnem os pequenos produtores já se reuniram com técnicos dos ministérios de Minas e Energia (MME), Fazenda, Casa Civil, Meio Ambiente e da Agência Nacional do Petróleo (ANP) para apresentar suas propostas.
A lista de reivindicações é antiga, e bem extensa. Essas empresas querem um novo modelo de contrato de concessão para as áreas terrestres; incentivos fiscais e econômicos, acesso a crédito e simplificação do processos regulatórios, devolução de áreas pela Petrobras e novos leilões, além de regulamentação da infraestrutura de dutos terrestres para o escoamento da produção que na prática lhes dê acesso à estrutura da Petrobras. 
"O que esperamos do Estado é que nos dê uma posição. Estou esperançoso de que tenhamos uma proposta palatável. Porque se não tivermos, vamos entender que o Governo não quer desenvolver o setor e a pequena empresa foi abandonada", diz Anabal Santos, diretor-executivo da Associação de Empresas Produtoras de Petróleo e Gás Natural extraídos de Campos Marginais do Brasil (Appom). Oswaldo Pedrosa, presidente da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (Abpip) acrescenta que as concessionárias querem aproveitar para tirar a pecha de pequenas. "Queremos ser tratados como empresas que lidam com ativos de pequeno e médio porte em áreas onde o potencial para grandes descobertas não está presente", afirma.
Para isso, querem uma política de incentivos também financeiros, como acesso privilegiado ao crédito do BNDES, Banco do Nordeste e da Caixa Econômica Federal. "O segmento de exploração e produção em terra não tem nenhum mecanismo de incentivo. O Repetro (regime de importação ficta) não se aplica e recentemente o governo criou o Repenec para as refinarias do Nordeste. Porque então os produtores independentes em terra não têm incentivos tributários. Isso poderia ser feito por meio de um direcionamento claro da política", continua Pedrosa.
Outro ponto importante é a oferta de mais áreas. Na 8ª Rodada da ANP em 2006, treze empresas sozinhas ou reunidas em consórcios fizeram ofertas vencedoras por 28 blocos. Mas não levaram, já que esse leilão foi suspenso. A Abpip, Appom e o Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) defendem a imediata liberação das áreas arrematadas — incluindo blocos que posteriormente foram incluídos na faixa exclusiva da Petrobras no pré-sal — e um calendário de novos leilões.
"O governo tem condições de induzir a Petrobras a criar novas modalidades que permitam, digamos assim, abrir espaço e adotar contratos de serviços com cláusulas de risco e recompensa", diz Pedrosa, citando como exemplo os contratos firmados pela estatal em 2001 com as empresas Petrorecôncavo, na Bahia, e Koch, no Rio Grande do Norte.
"Ele também poderia incentivar a Petrobras a vender campos menores para produtores independentes. Não faz sentido a Petrobras ter campos com reservas inferiores a 1 milhão de barris e produção inferior a 100 barris por dia. Isso poderia ser cedido por meio de leilões ou para a ANP", diz o presidente da Abpip. 
Segundo Pedrosa, aumentar a oferta de áreas para pequenas e médias empresas no Brasil faria uma enorme diferença já que não só permitiria aumentar a produção e facilitar a comercializaçào que hoje é difícil já que 19 empresas operam em quatro estados mas só tinham como comprado-ra a Petrobras e agora, a Dax Oil.
Os pequenos produtores querem, ainda, redução da alíquota de royalties, que varia de 5% a 10% na Lei do Petróleo (9.478/97). O problema,já apontado por vários dirigentes da ANP desde David Zylbersztajn até Haroldo Lima, é que a alíquota vale tanto para grandes produtores quanto para os de pequeno porte. Laury Fernandes, sócio da Vipetro, diz que a política da sua empresa é de não ficar esperando pelo governo. Mas considera que existem pontos que precisam ser corrigidos.
"E preciso mudar as regras de conteúdo local da ANP e também dar um tratamento diferenciado já que hoje campos menores têm o mesmo tratamento dado à Petrobras e a Shell, por exemplo", pondera Fernandes.
Pedrosa, da Abpip, explica ainda que existem casos em que o pequeno produtor paga até 13%, uma vez que o preço de referência estabelecido pela ANP para cálculo do pagamento é invariavelmente maior do que o que eles conseguem negociar. "Hoje, o que existe é uma política de desincentivo", afirma.
A capixaba Vipetro sonha ser grande e já avalia parcerias com americanas
Enquanto as empresas independentes negociam com o governo uma política de incentivos, a novata capixaba Vipetro parece não ter medo de sonhar em ser uma importante produtora de petróleo do país. Prevê produzir 2.700 barris de petróleo dentro de três anos, o equivalente a toda a produção atual das pequenas e médias e grande para uma empresa que produz hoje cinco barris por dia, em teste. 
Desde 2005, quando adquiriu seu primeiro bloco exploratório na 7ª Rodada de Licitações da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a Vipetro já conta com nove descobertas em terra no Espírito Santo nos três blocos que a empresa opera. Foram apenas dois poços secos dos onze perfurados até agora, uma taxa de sucesso elevada para quem não é do ramo. Esse resultado animou os donos da pequena petrolífera nacional a quererem mais.
O gerente de exploração e produção, Dirceu Santo.s, atribuiu as descobertas de jazidas na área ao modelo exploratório certeiro utilizado pelos geólogos da empresa, o mesmo que levou às descobertas da Petrobras na área 30 anos atrás. "O modelo exploratório do Espírito Santo é vencedor, em dois blocos onde perfuramos oito poços encontramos oito jazidas e isso chamou a atenção", explica Santos, um dos dez empregados da Vipetro que trabalharam longos anos na Petrobras.
A Vipetro já tem planos para produzir petróleo com custos relativamente baixos. A idéia é usar o método de bombeio de cavidade progressiva (BCP), instalar tanques com capacidade para 400 barris ao lado e aliviá-los usando carretas. A empresa comprou recentemente um terreno com 100 mil quadrados onde será instalada uma estação de tan-cagem e para tratamento e separação da água que é produzido junto com o petróleo.  
"Estamos pensando lá na frente. Achamos que para estar em um negócio grande temos que pensar grande", afirma Laury Fernandes, um dos donos do grupo Vitória Ambiental, braço de serviços do mesmo grupo Vipetro,
As descobertas de petróleo em uma bacia terrestre madura como a do Espírito Santo levaram a empresa a projetar investimentos de R$ 100 milhões nos próximos três anos, com ou sem novos parceiros. É mais que o triplo dos RS 30 milhões que ela investiu nos últimos quatro anos. O volume é pequeno comparado aos orçamentos gigantescos de empresas como OGX, Shell ou Petrobras, mas é grande para uma pequena empresa.
A Vipetro não contratou uma certificadora — o que é caro para uma empresa desse porte — e estima que suas reservas sejam hoje de 20 milhões de barris de óleo equivalente. Esse volume pode ser maior, segundo Dirceu Santos, porque o último poço perfurado no bloco 466, chamado Vita 12, tem um modelo geológico parecido com o campo de Cação, onde a Petrobras chegou a produzir no mar 1.000 barris ao dia. "E nossa descoberta é em terra, onde produzir é mais barato, e já temos recursos como sondas e revestimentos", diz.
Laury Fernandes explica que se não abrir capital, a velocidade de entrada das áreas em produção pode ser menor, mas será feita de qualquer maneira, com recursos próprios. Mas admite que está aberto a parcerias com outras empresas — já conversou com algumas companhias americanas cujos nomes não informa — desde que "possam acrescentar experiência ao negócio". Também não descarta o mercado de capitais.
"Daqui para frente vamos desenvolver as áreas para produzir e, se arrumarmos parceiros, a velocidade será bem maior, pois hoje temos apenas uma sonda de perfuração e uma de completação", afirma Fernandes.

Empresas aceleram planos de prospecção e exploração de gás na bacia de São Francisco

GÁS NATURAL  A secretária de Desenvolvimento Econômico, Dorothea Werneck apresentou terça, dia 03, o “Plano Diretor para a Exploração de Gás Natural na Bacia do São Francisco”. Segundo ela, se as perspectivas positivas da existência do gás na região se confirmarem, este será um salto na diversificação da economia do Estado, que passará a contar com um leque amplo de possibilidades para a atração de novos empreendimentos. Para aproveitar melhor este potencial, o governo de Minas Gerais já conta com um plano de trabalho capaz de orientar os investimentos que serão feitos na região, bem como os principais segmentos que poderão utilizar o gás, seja diretamente, seja pela transformação em energia elétrica.
CONSULTORIA  Elaborado pela Gas Energy, empresa de consultoria contratada pela Cemig, o trabalho foi realizado ao longo dos últimos quatro meses e identificou um mercado potencial para o consumo de 37 milhões de metros cúbicos/dia de gás natural em Minas Gerais. Atualmente, o consumo de gás natural em todo o Estado é de cerca de 3 milhões de metros cúbicos/dia.  As perspectivas, de acordo com Dorothea Werneck é que os primeiros resultados da exploração pelas empresas. “A expectativa é tão favorável, que muitas empresas estão acelerando os planos de prospecção e exploração. Mas de qualquer forma o leque de oportunidades que se abre com a exploração deste gás é enorme e certamente trará mudanças no perfil da produção industrial do Estado”, afirmou a secretária.
MERCADO  Para o presidente do Conselho da Gas Energy, Marco Tavares há oportunidades para a utilização do gás tanto no mercado tradicional quanto em outros segmentos. “O estudo levantou oportunidades de utilização deste gás tanto no mercado tradicional (indústria, gás veicular, cogeração, comercial, entre outros), quanto em outros segmentos que já anunciaram investimentos em Minas (siderurgia, vidro, cerâmica, alimentos, papel e celulose, entre outros) ou que ainda podem ser atraídos. Neste sentido, existe um potencial muito relevante”. De acordo com a secretária o trabalho é uma ação preventiva. A partir do momento em que se confirmarem as reservas de gás, o Estado terá melhores condições para definir políticas estratégicas, fomentar o desenvolvimento da indústria de gás natural, atrair novos investimentos e consolidar o desenvolvimento da região e do Estado.
Bacia do São Francisco - Em 2005 e 2008, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realizou leilões para a exploração do gás na Bacia de São Francisco, hoje com 39 blocos sob concessão, na região que representa 1/3 (um terço) do território do Estado de Minas Gerais. As empresas iniciaram a prospecção e sinais da existência do gás já foram detectados, mas ainda é necessário confirmar a viabilidade comercial das reservas. O estudo também traz esclarecimentos sobre os royalties a serem arrecadados com a eventual produção de hidrocarbonetos, estimativas de custos de produção e de preço de venda do gás, assim como arranjos produtivos que favoreçam o desenvolvimento deste negócio no Estado de Minas Gerais.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Como encontrar petróleo!

Excelente post para pessoasque estão conhecendo  a indústria petrolífera. Retirado do blogTurma do Petróleo
 
Evolução da perfuração de poços
  1. Antigamente, o óleo era coletado na superfície.
  2. No século 19, eram perfurados poços de algumas dezenas de metros de profundidade.
  3. Hoje, os poços atingem vários milhares de metros.
Desde os tempos antigos, na Mesopotâmia, o óleo que exudava para a superfície era coletado para uso medicinal e também usado como combustível para iluminação e impermeabilização de barcos. Depois de termos extraído óleo de reservatórios acessíveis por 150 anos, hoje está cada vez mais difícil encontrar rochas impregnadas por hidrocarbonetos. Os exploracionistas atuais precisam olhar centenas e até milhares de metros abaixo do solo.
Materiais do geólogo
  1. Mapa
  2. Martelo
  3. Ácidos
  4. Lupa
  5. Livro de registros (Logbook)
A tarefa do geólogo é observar, explorar e meticulosamente registrar todas as pistas da possível presença de hidrocarbonetos abaixo do solo. Geólogos são pessoas de ação e naturalistas. Eles examinam rochas e levam amostras para comprovar sua natureza e registrar a camada de onde foi retirada. Eles então procurarm reconstituir o cenário que pode ter sido desenhado há bilhões de anos.
Levantamentos
  1. Levantamento aéreo
  2. Levantamento por satélite
Combinando fotografias aéreas e de satellites as observações do geólogo servem para formular a hipótese inicial. Sim, pode haver óleo em baixo do solo e poderá valer a pena pesquisar com mais profundidade.
Análise dos dados coletados
Agora é a vez do geofísico estudar as propriedades físicas do subsolo. Diversos métodos são utilizados nessa fase e uma comparação dos resultados serve para enriquecer as conclusões dos geólogos. A Gravimetria mede o campo gravitacional e fornece alguma idéia da natureza e da profundidade das camadas, dependendo de sua densidade. A Magnetometria (técnica geralmente executada pelo ar) mede as variações do campo magnético. Ela fornece uma idéia da distribuição da profundidade de terrenos cristalinos que não apresentam nenhuma chance de conter óleo.
Coleta e transmissão de dados
  1.  Sinal emitido por caminhão vibrador
  2. Ondas refletidas são recebidas por geofones
  3. Dados transmitidos ao laboratório-móvel
Um choque na superfície gera uma onda sonora que é refratada e refletida no subsolo. O modo como as ondas se propagam varia conforme elas passam através das diferentes camadas. Por meio de um microfone altamente sensível, conhecido como geofone, o geofísico escuta e registra o eco dessas ondas.
Mapeamento do terreno
  1. Isócronas
  2. Mapas sísmicos 3D
Os registros sísmicos do geofísico são processados por poderosos computadores. O terreno é mapeado por meio de pontos ligados em linhas isócronas no solo no qual as ondas levam exatamente o mesmo lapso de tempo para serem refletidas de volta à superfície. Esse método produz imagens bi e tri-dimensionais das camadas do subsolo e os mapas sísmicos daí resultantes contribuem para inferir se alguma camada poderá conter hidrocarbonetos.
Embarcação sísmica
  1. Embarcação Sísmica
  2. Hidrofones
No jargão petroleiro, a exploração e a produção no mar é chamada de "offshore." Devido ao fato de ser impraticável pesquisar o terreno no fundo do mar, os métodos sísmicos são usados sistematicamente. Já que os barcos podem navegar facilmente em qualquer direção, os levantamentos sísmicos são, de fato, mais fáceis de serem realizados no mar do que em terra.
O geofísico pode portanto obter mais dados offshore do que em terra e imagens tridimensionais mais precisas, uma vez que os dados tenham sido processados.
Todos esses resultados são reunidos e estudados. Geólogos e geofísicos, em conjunto com engenheiros de perfuração, produção e reservatório, fornecem dados aos economistas e analistas financeiros. Pela comparação de números, parâmetros e probabilidades eles buscam uma estratégia para o desenvolvimento do reservatório, no caso de confirmação da presença dos hidrocarbonetos.
Geofísico e geólogo
  1. Geofísico
  2. Geólogo
Cada membro da equipe de exploração contribui para executar a missão. Ao se reunirem e compararem suas experiências, conhecimentos e descobertas, sua conclusão final é o resultado do esforço conjunto de uma equipe e são anunciadas resumidamente:
Não: as chances de resultados são mínimas; ou...
Sim: o "prospecto", isto é, esse reservatório é altamente promissor, vale apostar nele. O grupo vai “pagar para ver” e decide pela perfuração.
Geólogos, geofísicos e engenheiros de reservatório concluíram que há um “prospecto” ou uma possível área de produção. Mas para descobrir se ali de fato existem hidrocarbonetos cativos na rocha, eles terão que perfurar até aquela região.
Profundidades de perfuração
  1. É comum a perfuração ser ajustada diretamente sobre a camada mais grossa de hidrocarbonetos.
Alguns campos estão posicionados a profundidades equivalentes a 12 vezes a Torre Eiffel...
O posicionamento da sonda de perfuração é baseado no conhecimento existente das condições de subsolo e da topografia do terreno. Geralmente, esse ponto é situado verticalmente acima da parte mais espessa da camada do estrato que supostamente contém hidrocarbonetos. A operação de perfuração é geralmente realizada sobre condições difíceis. Um buraco inicialmente pequeno, com um diâmetro entre 20 e 50 centímetros, desce a uma profundidade entre 2.000 e 4.000 metros. Em alguns casos poderá ir além e chegar a mais de 6.000 metros. Há casos que a  perfuração já atingiu a profundidade de 10 quilômetros.
Torre de perfuração
  1. Hoist attachment / Ligação do Hasteamento (literal ???)
  2. Derrick (mast) /Torre de perfuração
  3. Traveling block / Bloco de viagem (literal ???)
  4. Hook /Gancho
  5. Injection head / Cabeça de injeção
  6. Mud injection column / coluna de injeção de lama
  7. Turntable driving the drilling pipes/ volante para os tubos de perfuração
  8. Winches / Guinchos
  9. Motors / Motores
  10. Mud pump / Bomba de lama
  11. Mud pit / Receptor de lama
  12. Drilling pipe / Tubo de perfuração
  13. Cement retaining the casing / Cemento para revestimento de proteção
  14. Casing / Revestimento de proteção
  15. Drill string / Coluna de perfuração
  16. Drilling tool / (broca de perfuração)
A torre de perfuração é a parte visível do poço. É uma torre metálica bem alta que serve para abaixar as colunas de perfuração verticalmente no subsolo. Essa coluna, de fato, é um conjunto de tubos aparafusados uns nos outros pelas pontas. Na perfuração rotativa, esses cabos movimentam a ponta da broca de perfuração (drill-bit) e, à medida que a operação avança, elas canalizam a lama para o fundo do poço.
Pontas das brocas
  1. Three-cone rock bit / Ponta da broca tri-cônica
  2. Diamond drill bit / Ponta da broca diamantada
O sistema de perfuração consiste em haste, cabo de perfuração, alavanca direcional e broca de perfuração (drill-bit). A broca mais comum consiste em três cones feitos de aço extremamente resistente capaz de penetrar no interior da rocha. Quando esta é muito dura, é utilizada uma broca tipo monobloco com ponta de diamante.
  1. Mud pit / Reservatório de lama
  2. 2.Pump / Bomba
  3. Injection line / Linha de injeção
  4. Injection head / Cabeça de injeção
  5. Drilling pipes / Tubos de perfuração
  6. Descending mud (in pipes) / Lama injetada nos tubos
  7. Returning mud (in annular space) / Lama de retorno (no espaço anular)
  8. Filter / Filtro
  9. Mud return for recycling / Retorno de lama para reciclagem
Uma lama especialmente formulada e preparada sob a supervisão do engenheiro de poço é injetada através da cavidade do cabo de perfuração para resfriar a broca e consolidar as paredes do poço. A lama auxilia também a prevenir que o óleo, gás ou água espirrem até a superfície. E por fim, a lama limpa o fundo do poço e carreia o resíduo de rocha resultante da perfuração pelo tubo até a superficie. O geólogo analisa estas amostras para entender a natureza das rochas e detectar sinais de hidrocarbonetos.
 
  1. Well casing / Revestimento de proteção do poço
  2. Cable retaining the downhole probe
  3. Downhole Probe / Sonda de poço
  4. First probe sensor / Primeiro sensor da sonda
  5. Second probe sensor / Segundo sensor de sonda
  6. Third probe sensor / Terceiro sensor de sonda
  7. Measurements obtained by the sensors / Medidas obtidas pelos sensores
Quando uma certa profundidade é atingida, a equipe de exploração realiza uma série de medições  conhecidas como well-logging (perfilagem de poço). Um sensor eletrônico é baixado no poço para medir as propriedades físicas das rochas poligonais. Estas medições verdadeiras podem confirmar ou não a hipótese formulada antes da perfuração e geralmente provê dados mais acurados. As laterais do poço são então consolidadas por meio de tubos de aço aparafusados uns nos outros e o revestimento de proteção é cimentado ao terreno a fim de manter os estratos separados uns dos outros.
  1. Coring tool / Ferramenta de cortar testemunho de sondagem
  2. Core sample / Testemunho de sondagemIndications concerning height of beds / Indicações referentes a altura das camadas
  3. Clues concerning type of rock / Pistas sobre o tipo de rocha
Os fragmentos de rochas trazidas à superfície não fornecem informações suficientes para uma compreensão mais detalhada das rochas poligonais: é aí que os testemunhos desempenham importante papel. A broca de perfuração é substituida por uma broca oca chamada de ferramenta de cortar testemunhos, que extrai amostras cilíndricas da rocha de vários metros de comprimento. Um estudo dos testemunhos produz informações sobre a natureza da rocha, sua declividade, estrutura, permeabilidade, porosidade, fluidez, presença de fósseis, etc.
  1. Neste exemplo, um poço a cada cinco perfurados encontra óleo.
A perfuração avança gradualmente, a uma velocidade de alguns metros por hora, reduzindo para um metro por hora quando tiver atingido os 3.000 metros abaixo da superfície. Obstáculos são encontrados de tempos em tempos e toda a coluna de perfuração tem que ser puxada para cima a fim de proceder a troca da ponta da broca.
Um poço exploratório leva de três a seis meses para ser perfurado. Quatro de cada cinco, ou até mesmo seis de cada sete poços em áreas de fronteira exploratória, fracassam na questão da viabilidade comercial do óleo ou gás. Ás vezes, porém, a broca atinge uma rocha impregnada de hidrocarbonetos, a partir daí a equipe de perfuração intensifica a pesquisa e a perfilagem do poço para descobrir mais óleo.
 
  1. Dados econômicos
  2. Escolha de métodos de operação 
  3. Dados geológicos 
A fase exploratória foi um sucesso: um reservatório foi identificado como prospecto de uma produção lucrativa.  Baseado em projeções dos preços futuros de óleo e gás, o próximo passo é determinar se as vendas da produção explotada do reservatório serão suficientes para cobrir os elevados custos dos estudos, desenvolvimentos, construção e financiamento, assim como os custos de produção apropriados. Colocar o reservatório em produção requer uma decisão importante, já que o desembolso de investimentos pode representar diversas centenas de milhões, até bilhões de dólares.
Imagens e conteúdo: cortesia da ELF Aquitaine (TOTAL).
Tradução: Fernando Zaider

Leilão de áreas no país pode não sair neste ano

A presidente da Petrobras, Graça Foster, disse ontem considerar improvável a realização de um leilão para concessão de áreas de exploração de petróleo no Brasil em 2012.A 11ª rodada de leilões organizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) é aguardada ansiosamente pela indústria do petróleo.

A última oferta de áreas no mar, onde estão 95% das reservas brasileiras, ocorreu há cinco anos.

"Não estou vendo jeito de acontecer [leilão] em 2012. Era preciso que a gente tivesse mais ações evidentes. Por isso, fico em dúvida", disse Graça diante de mais de 300 empresários do setor, em evento organizado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP) no Copacabana Palace, zona sul do Rio.

Isso não afetará negativamente a estatal, afirmou a presidente da empresa.

A ANP, responsável pela realização dos leilões, entregou ao governo proposta para a 11ª rodada de licitações de áreas de petróleo e gás, mas não obteve resposta, informou a agência à Folha. 

Fonte: Folha de São Paulo/DENISE LUNA DO RIO

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Palestra na UniJorge em Salvador



Senhores,

Convido todos para palestra sobre operações de sonda que farei, dia 28/4, aqui em Salvador destinada a estudantes de engenharia, incluindo pequena amostra de ferramentas e equipamento como um packer de operação.
Local: Universidade UniJorge. - Auditório Zélia Gattai.

Endereço: Campus Paralela - Av. Luis Viana, n. 6775, Paralela Salvador-Bahia.
Horário: 08:30 da manhã.
Vagas limitadas capacidade do auditório.


Alunos de outras faculdades, que quiserem assistir esta palestra, onde explanarei as atividades de sonda, tais como jar, hydro frac, entre outras, devem mandar email solicitando a inscrição com nome e RG para o endereço do DA: da.unipetro@hotmal.com, (EMAIL CORRETO AGORA) e/ou obter mais  informações com  Igor do DA da Faculdade de Engenharia de Petróleo pelo tel: (71) 8870-9690.

Abraços a todos!

Luiz Henrique

OGX confirma presença de óleo leve na acumulação de Natal


A OGX comprovou, através do poço 3-OGX-74-SPS, primeiro poço de extensão da acumulação de Natal (1-OGX-11D-SPS), no bloco BM-S-59, na Bacia de Santos, a continuidade dos reservatórios areníticos de idade santoniana adjacentes ao poço pioneiro.

No teste de formação realizado no poço para identificação de fluido, a companhia verificou a presença de óleo leve de 38º API, enquanto que no poço pioneiro, OGX-11D, havia sido verificada a existência de gás e condensado.

"A comprovação da existência de óleo leve em reservatórios areníticos do santoniano corroboram as nossas expectativas iniciais em relação ao grande potencial de acumulações de óleo em nossos blocos na Bacia de Santos", comentou Paulo Mendonça, Diretor Geral e de Exploração da OGX.

O poço OGX-74 foi perfurado até a profundidade de 4.439 metros e, juntamente com os poços pioneiros OGX-11D e OGX-47, fará parte de um Plano de Avaliação de Descoberta (PAD), que delimitará as acumulações dos arenitos de idade santoniana, no bloco BM-S-59.

O poço OGX-74, extensão da acumulação de Natal, está localizado a 115 km da costa do estado de São Paulo, em lâmina d´água de aproximadamente 196 metros e foi perfurado a cerca de 4 km de distância do poço OGX-11D.

OGX já é a quinta maior produtora de petróleo do Brasil


Pouco mais de dois meses após o início da produção de petróleo em Waimea, na Bacia de Campos, a OGX já alcançou o posto de quinta maior produtora de petróleo do Brasil e primeira entre as companhias privadas nacionais, de acordo com o Boletim da Produção de Petróleo e Gás Natural de fevereiro, divulgado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Durante o primeiro mês do Teste de Longa Duração (TLD) em Waimea, a média de produção de petróleo no primeiro poço em atividade foi de 11,1 mil barris por dia, número considerado excelente para uma planta em início de operação. O ranking de produção por operador divulgado no boletim mostra que a produção total da OGX chegou a 11,6 mil barris por dia, considerando também a produção de gás natural, que é utilizado na própria planta.

Nos próximos meses, a companhia prevê conectar dois ou três novos poços produtores, chegando a níveis de produção entre 40 e 50 mil barris/dia até o final de 2012.

Ainda de acordo com a ANP, a produção de petróleo no Brasil em fevereiro foi de aproximadamente 2,2 milhões de barris por dia, aumento de cerca de 7% em relação à produção no mesmo mês de 2011. Somente o estado do Rio de Janeiro foi responsável por quase 75% da produção nacional.
Veja o ranking da produção de petróleo no Brasil por operador:
Fonte: ANP

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Informações ambientais em exploração de petróleo e gás terão rigor científico

Informações ambientais em exploração de petróleo e gás terão rigor científico
Informações ambientais a serem usadas na definição das futuras áreas de exploração de petróleo e gás devem ter caráter científico. A exigência foi feita na terça-feira (10) pela ministra de Meio Ambiente, Izabella Teixeira, durante a posse do novo presidente do Instituto Chico Mendes (ICMBio), Roberto Vizentin.




Izabella Teixeira defendeu a associação com universidades brasileiras para estes levantamentos. “Precisamos trabalhar com excelência. As informações não vão ser produzidas por empresas de consultoria, mas têm que acontecer a partir de processos técnicos e científicos robustos, com redes de universidades que possam gerar esta informação”, disse.

As áreas de meio ambiente e de minas e energia passaram, a partir de terça, a ser responsáveis pela elaboração de estudos sobre exploração de petróleo e gás, segundo portaria conjunta dos  Ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia. O objetivo da portaria é identificar impactos socioambientais e classificar as áreas como aptas ou não aptas para as atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural.

“É esta casa (ICMBio) que tem que definir que critérios são estes, quais são as áreas sensíveis, quais as áreas prioritárias de conservação, onde há sobreposição e mediacão de conflitos. Essa casa trabalha pouco com conflitos e tem que ter técnicos”, afirmou Izabella Teixeira.

Segundo a ministra, durante reunião com a diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), Magda Chanbriand, na terça, em Brasília, as duas áreas começaram a definir ações conjuntas. “Vamos trabalhar uma agenda ambiental. Já temos definidas questões de licenciamento e de áreas de gestão de acidentes. Agora estamos avançando para o monitoramento e planejamento das concessões”, explicou.

Izabella Teixeira também cobrou do novo presidente do ICMBio a revisão de modelos de concessões utilizados em áreas protegidas do país. Segundo ela, é preciso melhorar os sistemas de uso público das unidades de conservação (UCs). “Temos que inovar nos modelos de concessão de serviços. É inaceitável termos mais de 300 UCs federais e que menos de 1% da população tenha acesso a estas unidades”.

Roberto Vizentin disse que assume o instituto com outros desafios, como a ampliação de áreas protegidas no país e a regularização fundiária nessas regiões. “Nas unidades que não permitem a permanência das pessoas precisamos desapropriar, indenizar e realocar. Esse é um passivo muito grande. A primeira medida que vou adotar é levar políticas públicas para áreas de preservação e entorno. Não podemos mais aceitar Brasil como potencia econômica e não ter energia, escola e saúde nas unidades de conservação. Aquelas pessoas que vivem e cuidam da riqueza do país vivem na pobreza hoje”, disse o novo presidente do Instituto Chico Mendes.

Fonte: Agência Brasil
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