Entrevista com Agustín Castaño,novo Diretor-Presidente da Energy Talent, empresa de recrutamento de profissionais para os setores de petróleo e gás, infraestrutura, engenharia e recursos naturais feita pela 5x Petróleo.
1X) Qual a sua projeção para o ano que se inicia no mercado de petróleo e gás?
No upstream, a demanda está concentrada na exploração (em alguns casos permeando para desenvolvimento) das áreas já concessionadas, abrangendo tanto águas profundas como rasas, e também onshore. Porém, a demora em licitar novas áreas é um obstáculo para a entrada ativa de novos participantes e, se este cenário for prolongado, poderia gerar a desmobilização de alguns grupos de especialistas.
Nesse contexto, as atividades ligadas à perfuração serão as de maior procura, e, consequentemente, toda a cadeia relacionada com a construção e operação de sondas. No downstream, o principal impulsionador da demanda é a continuidade dos projetosgreen fields, e ainda dos investimentos no parque de refino existente. Os demandantes serão os EPCistas, as empresas de engenharia, de construção de equipamentos, de montagem industrial etc.
2X) No momento de preencher uma vaga ou recolocar um profissional no mercado, quais as principais competências requeridas pelo setor atualmente?
Considerando que as competências podem agrupar-se em formação técnica, conhecimento do negócio e especialização funcional, as habilidades relacionadas com formação técnica são as mais requeridas. Em algumas categorias se importam especialistas para cobrir as posições, sendo muito procurados os brasileiros que moram no exterior.
Completando as categorias técnicas, menção especial para os profissionais de pesquisa e desenvolvimento, com ênfase na localização dos polos tecnológicos. Já nas especializações funcionais, há demanda específica por profissionais de Recursos Humanos que possam administrar uma convivência intergeracional eficaz, dadas a brecha de faixas etárias existente no setor e a chegada da geração Y.
3X) No atual cenário do setor, a procura maior é por qual nível de profissionais e por quê?
O nível acadêmico, embora sempre relevante para as posições gerenciais, é menos determinante para as posições de formação técnica, em que os fatores críticos são a qualificação profissional e a experiência no ofício, desde um geólogo até um soldador.
4X) Há no setor um debate entre o lugar ocupado por técnicos e por engenheiros. De que forma o senhor analisa essa questão, pelo lado do mercado de óleo e gás?
Complementando a questão anterior, a formação de engenharia é crítica para produção, desenvolvimento, logística, entre outras funções, tanto para operadores como para prestadores de serviços e fornecedores de equipamentos. Cabe um comentário especial para a alta demanda de líderes experimentados na condução da execução de projetos industriais de diversos tipos. Os técnicos especializados, por sua vez, são necessários ao longo de toda a cadeia em múltiplas posições. Assim, tanto técnicos como engenheiros estão em alta procura.
5X) O pré-sal já é uma realidade para a indústria de petróleo nacional. O quão importante é a exploração do pré-sal, no sentido da alavancagem das oportunidades do mercado?
A exploração do pré-sal é um grande impulsionador da demanda, tanto nas funções de construção de equipamentos, prestação de serviços e operação como nas de pesquisa e desenvolvimento, dados os desafios tecnológicos e logísticos que acarreta. Porém está atualmente restrita aos titulares das concessões existentes. Para dar continuidade em médio prazo, deveria ativar-se a aplicação do regime de partilha para novas áreas.
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