segunda-feira, 28 de maio de 2012

Área de E&P terá peso ainda maior para a Petrobras

A área de Exploração e Produção da Petrobras, que já consome a maior parte dos investimentos da estatal, vai crescer ainda mais no novo Plano de Negócios, afirmou nesta terça-feira o diretor financeiro da petroleira, Almir Barbassa.
De acordo com o executivo, a área de E&P, responsável por descobrir petróleo, desenvolver campos e produzir óleo, terá participação maior no plano de negócios da companhia, revisado anualmente com previsões de investimentos nos cinco anos seguintes.
No plano 2010-2014 da estatal, que previa 224 bilhões de dólares em investimentos, o percentual destinado à área de Exploração e Produção foi de 53 por cento. No plano vigente (2011-2015), cujos valores não mudaram significativamente em relação ao anterior, esse percentual subiu para 57 por cento.
O executivo não soube informar para quanto poderia ir o percentual no novo plano, que ainda está sendo elaborado e deve ser divulgado até agosto, englobando o período 2012-2016.
"Oportunidade para crescer na produção nós temos. O desafio é construir capacidade produtiva e colocá-la em funcionamento. Se demandar mais recursos, (a área de E&P), terá mais recursos", disse Barbassa, durante participação no Rio Investors Day, evento promovido pela cidade com participação da maiores empresas do país, representantes de governo, entre outras autoridades.
O objetivo é aumentar os esforços para elevar a produção da companhia, que nos últimos anos cresceu abaixo das metas estipuladas pela própria Petrobras, de 2,1 milhões de barris diários no Brasil.
Segundo Barbassa, os investimentos serão feitos tanto nas áreas do pré-sal, cujas reservas se localizam principalmente na bacia de Santos, como no pós-sal, principalmente na bacia de Campos, responsável por 80 por cento da produção atual da Petrobras, de 2 milhões de barris diários de petróleo.
A área de produção de petróleo do pré-sal da Petrobras vai começar a realizar fluxo de caixa de peso em três ou quatro anos, destacou Barbassa.
Hoje apenas o campo de Lula, no pré-sal, está em fase de produção, com extração diária de 94 mil barris.
"Para quem olha a rentabilidade da Petrobras e reclama, é preciso ver o grande número de projetos que ela vem realizando e que trarão retorno dentro de alguns anos", completou.
As ações da Petrobras fecharam em queda de 3,38 por cento nesta terça-feira, enquanto o Ibovespa encerrou com baixa de 2,73 por cento. Já o petróleo Brent encerrou pregão em 108,41 dólares o barril, com queda de 0,37 por cento.

Aquisições

Com o foco voltado para o aumento da produção, o carro-chefe da companhia, portanto, não está em aquisições, lembrou o executivo.
"As aquisições em etanol e petroquímica feitas recentemente foram realizadas para agregar valor à cadeia produtiva, mas não são o foco".

Câmbio

O executivo disse ainda que alta do dólar vai impactar os resultados da Petrobras no segundo trimestre deste ano, já que 70 por cento das dívidas da estatal estão na moeda norte-americana.
As dívidas expostas à variação cambial chegam a 76 bilhões de reais, disse ele nesta terça-feira.

Pré-sal

Barbassa lembrou que a perspectiva da empresa, apenas na região do pré-sal, é chegar aos 15 a 20 bilhões de barris de petróleo recuperáveis, já considerando os 5 bilhões de barris adquiridos junto a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) por meio da cessão onerosa .
“Estamos muito confiantes quanto à geração de valores a partir dessa aquisição”, disse. O diretor financeiro da Petrobras destacou que os sete blocos envolvidos na operação de cessão onerosa (forma proposta pela União para capitalizar a empresa) estão próximos às áreas das grandes descobertas da Bacia de Santos. “Não há outra empresa no mundo que tenha o mesmo conjunto de oportunidades que a Petrobras tem hoje”.
Sobre as oscilações das ações da Petrobras na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), respondendo diretamente aos investidores, Barbassa disse que o retorno financeiro das ações da companhia para os investidores virá com a maturação dos projetos em desenvolvimento.
“No final do primeiro trimestre, tínhamos R$ 160 bilhões investidos nos projetos em curso. Estamos, portanto, em um período de grandes investimentos. Na medida em que eles [os projetos] se tornarem produtivos, haverá naturalmente retorno para os investidores”, ressaltou.
Com uma carteira de investimentos de US$ 224,4 bilhões, constante do Plano de Negócios 2011-2015, a Petrobras produz atualmente nos campos do país cerca de 2,4 milhões de barris de óleo equivalente (petróleo e gás natural) por dia. O Plano de Negócios para o período 2012-2016 está em fase de revisão pelo Conselho de Administração da Petrobras e deverá ser divulgado, segundo expectativa do mercado, entre junho e julho deste ano.

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