GIRLENO ALENCAR
No Remanso do Fogo, confluência dos rios Paracatu e São Francisco, o gás brota do subsolo
As
pesquisas de gás natural e petróleo na Bacia do São Francisco - área
que abrange as regiões Central, Centro-Oeste, Alto Paranaíba, Noroeste e
Norte de Minas - deverão incluir a perfuração de pelo menos 27 poços
exploratórios até janeiro de 2012. Este é o compromisso mínimo assumido
pelas empresas que arremataram as concessões de exploração licitadas
pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) em 2005 e que, neste ano,
ingressaram na segunda fase do programa de pesquisas.
Dos
33 blocos de concessão licitados em 2005, apenas três foram devolvidos
pelas empresas à União, o que indica o apetite das companhias pelas
possíveis reservas de gás natural da região que, conforme especialistas,
podem ser comparáveis às megajazidas da Sibéria, na Rússia.
A
segunda etapa de pesquisas dos blocos licitados em 2005 começou em
janeiro deste ano e terá duração de dois anos. Nesta fase, as empresas
interessadas em continuar a exploração na Bacia do São Francisco tiveram
que informar à ANP se prosseguiriam ou não com os trabalhos.
De
acordo com a ANP, a Petrobras decidiu devolver à União dois dos seis
blocos que arrematou em 2005. A empresa vai interromper as pesquisas nos
blocos SF-T-103 e SF-T-113, que ficam entre o Norte e o Noroeste de
Minas. Nos outros quatro blocos em que a Petrobras vai continuar a
exploração, há o compromisso de perfuração de, no mínimo, um poço em
cada área. A Petrobras não se pronunciou ontem quanto ao cronograma de
trabalho nas áreas remanescentes.
A
ANP informa ainda que a argentina Oil M&S, que arrematou 22 blocos
de concessão em 2005, decidiu devolver à União o bloco SF-T-145, que
fica entre as regiões Centro-Oeste e Central. Os argentinos também
repassaram 12 de seus blocos para a empresa Petra Energia, que fica
obrigada a prosseguir com o programa de exploração previsto no contrato
de concessão. Ao todo, Oil M&S e Petra Energia têm o compromisso de
perfurar um poço em cada um dos blocos concedidos, em um total de 21.
Desde
que os blocos da Bacia do São Francisco foram licitados, em 2005,
analistas do setor petrolífero duvidavam que a Oil M&S levaria até o
fim o programa exploratório nos 22 blocos arrematados. A empresa entrou
no setor de petróleo como prestadora de serviços em 2001. Em 2004,
ingressou nas atividades de exploração e produção. A Oil M&S não se
manifestou.
Já os representantes da Petra Energia não foram localizados.
Um outro poço deverá ser perfurado pela Cisco Oil & Gas na Bacia do São Francisco durante a segunda etapa de pesquisas. A empresa tem um bloco exploratório entre as regiões Centro-Oeste e Central. Não havia executivos disponíveis para entrevistas ontem na sede da Cisco Oil & Gas, que pertence à Gávea Oil & Gas, instalada no Rio de Janeiro.
Um outro poço deverá ser perfurado pela Cisco Oil & Gas na Bacia do São Francisco durante a segunda etapa de pesquisas. A empresa tem um bloco exploratório entre as regiões Centro-Oeste e Central. Não havia executivos disponíveis para entrevistas ontem na sede da Cisco Oil & Gas, que pertence à Gávea Oil & Gas, instalada no Rio de Janeiro.
Orteng inicia trabalhos no 1º semestre
Outro
poço que deverá ser perfurado na segunda etapa de exploração dos blocos
licitados em 2005 pertence à mineira Orteng. De acordo com o gerente de
Óleo e Gás da empresa, Frederico Macedo, a perfuração deverá começar
ainda no primeiro semestre de 2010, mediante investimentos de R$ 11
milhões. “Já definimos uma locação e vamos partir para a perfuração dos
poços”, diz.
Conforme
Macedo, o primeiro poço da Orteng deverá ser em Morada Nova de Minas,
cidade com cerca de 8 mil habitantes da Região Central. A cidade já está
cotada para receber o poço desde setembro do ano passado, mas, conforme
Macedo, a perfuração foi adiada devido ao prolongamento do período
chuvoso.
Ele
detalha que já começou a consultar fornecedores quanto aos prazos de
fornecimento de material para iniciar os trabalhos. Assim que receber as
respostas, a Orteng definirá a data exata para início da perfuração. De
acordo com Macedo, o poço terá cerca de 2.300 metros de profundidade e
levará 45 dias para ser concluído.
Com
base nos resultados obtidos com as perfurações, será possível definir
se há reservas com potencial comercial em Minas Gerais. Os sinais de
existência do gás natural existem há décadas. No Remanso do Fogo,
confluência dos rios Paracatu e São Francisco, o gás brota do subsolo
naturalmente, formando bolhas na água.
Na
primeira etapa de pesquisas, as empresas desenvolveram estudos sísmicos
(de superfície) para definir se perfurariam poços. Ainda há empresas
com contratos de concessão novos, cumprindo a primeira etapa.
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