quinta-feira, 3 de maio de 2012

Empresas devem perfurar 27 poços de gás e petróleo em Minas Gerais

GIRLENO ALENCAR
remanso
No Remanso do Fogo, confluência dos rios Paracatu e São Francisco, o gás brota do subsolo
As pesquisas de gás natural e petróleo na Bacia do São Francisco - área que abrange as regiões Central, Centro-Oeste, Alto Paranaíba, Noroeste e Norte de Minas - deverão incluir a perfuração de pelo menos 27 poços exploratórios até janeiro de 2012. Este é o compromisso mínimo assumido pelas empresas que arremataram as concessões de exploração licitadas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) em 2005 e que, neste ano, ingressaram na segunda fase do programa de pesquisas.

Dos 33 blocos de concessão licitados em 2005, apenas três foram devolvidos pelas empresas à União, o que indica o apetite das companhias pelas possíveis reservas de gás natural da região que, conforme especialistas, podem ser comparáveis às megajazidas da Sibéria, na Rússia.

A segunda etapa de pesquisas dos blocos licitados em 2005 começou em janeiro deste ano e terá duração de dois anos. Nesta fase, as empresas interessadas em continuar a exploração na Bacia do São Francisco tiveram que informar à ANP se prosseguiriam ou não com os trabalhos.

De acordo com a ANP, a Petrobras decidiu devolver à União dois dos seis blocos que arrematou em 2005. A empresa vai interromper as pesquisas nos blocos SF-T-103 e SF-T-113, que ficam entre o Norte e o Noroeste de Minas. Nos outros quatro blocos em que a Petrobras vai continuar a exploração, há o compromisso de perfuração de, no mínimo, um poço em cada área. A Petrobras não se pronunciou ontem quanto ao cronograma de trabalho nas áreas remanescentes.

A ANP informa ainda que a argentina Oil M&S, que arrematou 22 blocos de concessão em 2005, decidiu devolver à União o bloco SF-T-145, que fica entre as regiões Centro-Oeste e Central. Os argentinos também repassaram 12 de seus blocos para a empresa Petra Energia, que fica obrigada a prosseguir com o programa de exploração previsto no contrato de concessão. Ao todo, Oil M&S e Petra Energia têm o compromisso de perfurar um poço em cada um dos blocos concedidos, em um total de 21.

Desde que os blocos da Bacia do São Francisco foram licitados, em 2005, analistas do setor petrolífero duvidavam que a Oil M&S levaria até o fim o programa exploratório nos 22 blocos arrematados. A empresa entrou no setor de petróleo como prestadora de serviços em 2001. Em 2004, ingressou nas atividades de exploração e produção. A Oil M&S não se manifestou.

Já os representantes da Petra Energia não foram localizados.
Um outro poço deverá ser perfurado pela Cisco Oil & Gas na Bacia do São Francisco durante a segunda etapa de pesquisas. A empresa tem um bloco exploratório entre as regiões Centro-Oeste e Central. Não havia executivos disponíveis para entrevistas ontem na sede da Cisco Oil & Gas, que pertence à Gávea Oil & Gas, instalada no Rio de Janeiro.

Orteng inicia trabalhos no 1º semestre

Outro poço que deverá ser perfurado na segunda etapa de exploração dos blocos licitados em 2005 pertence à mineira Orteng. De acordo com o gerente de Óleo e Gás da empresa, Frederico Macedo, a perfuração deverá começar ainda no primeiro semestre de 2010, mediante investimentos de R$ 11 milhões. “Já definimos uma locação e vamos partir para a perfuração dos poços”, diz.

Conforme Macedo, o primeiro poço da Orteng deverá ser em Morada Nova de Minas, cidade com cerca de 8 mil habitantes da Região Central. A cidade já está cotada para receber o poço desde setembro do ano passado, mas, conforme Macedo, a perfuração foi adiada devido ao prolongamento do período chuvoso.

Ele detalha que já começou a consultar fornecedores quanto aos prazos de fornecimento de material para iniciar os trabalhos. Assim que receber as respostas, a Orteng definirá a data exata para início da perfuração. De acordo com Macedo, o poço terá cerca de 2.300 metros de profundidade e levará 45 dias para ser concluído.

Com base nos resultados obtidos com as perfurações, será possível definir se há reservas com potencial comercial em Minas Gerais. Os sinais de existência do gás natural existem há décadas. No Remanso do Fogo, confluência dos rios Paracatu e São Francisco, o gás brota do subsolo naturalmente, formando bolhas na água.

Na primeira etapa de pesquisas, as empresas desenvolveram estudos sísmicos (de superfície) para definir se perfurariam poços. Ainda há empresas com contratos de concessão novos, cumprindo a primeira etapa.

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