A Petrobras teve uma sonda de perfuração arrastada por fortes correntes
marítimas no litoral do Amapá. O equipamento não chegou a se desprender
totalmente, mas sofreu uma ligeira inclinação. Com isso, a Petrobras
foi obrigada a abandonar o poço, e solicitou à Agência Nacional do
Petróleo (ANP) um prazo maior no plano exploratório do bloco no litoral
do Amapá para estudar melhor a força das correntes na região que são
muito fortes. Os prejuízos, não confirmados pela Petrobras, teriam
chegado a US$ 150 milhões, de acordo com uma fonte.
O problema preocupa os diretores da ANP, pois a região, chamada de
margem equatorial, estará na 11ª Rodada de Licitações. Outro ponto é que
esses estudos podem levar mais de um ano, afetando ainda mais o início
da produção, que está em queda hoje no Brasil.
O diretor de
Exploração e Produção da Petrobras, José Formigli, confirmou o
incidente, ocorrido no fim de dezembro do ano passado, explicando que o
problema aconteceu durante a perfuração do poço exploratório Oiapoque na
costa do Amapá/Pará:
- A correnteza mais elevada fez com que o
sistema de ancoragem não tivesse o que chamamos de escorregamento e,
com isso, houve uma inclinação da cabeça do poço, mas tudo sob controle.
Ela continuou ancorada mas escorregou, como se costuma dizer - afirmou.
• Correntes com velocidades variadas
De acordo com fontes, a força do mar arrebentou o riser (cabo de
exploração) e o B.O.P. (que controla a saída de petróleo no fundo do
mar). Segundo técnicos, a plataforma foi arrastada por cerca de 250
metros. Agora a Petrobras está analisando o ocorrido, reestudando a área
para voltar a perfurar no local um novo poço.
- A gente está
estudando tudo o que aconteceu e as especificidades da região.
Precisamos estar preparados em termos de ancoragem para esse tipo de
situação. Só depois voltamos a perfurar no local. Quanto mais para cima
da margem equatorial, a correnteza é maior - explicou Formigli.
Na Rio Oil & Gas, feira do setor que acontece no Riocentro, executivos de outras empresas comentam os desafios da região.
- Do navio até o fundo do mar, há correntezas diferentes, com
velocidades variadas e em direções alternadas. O desafio é muito grande,
o que exige uma grande técnica de engenharia - afirmou um deles.
A Petrobras não mencionou o ocorrido no balanço do primeiro semestre.
Apenas informou que teve 41 poços abandonados, denominação usada quando a
estatal não encontra petróleo ou quando ocorre algum tipo de problema
técnico, em que a empresa prefere não dar continuidade à exploração.
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