sexta-feira, 21 de setembro de 2012

PETROBRAS DEIXA POÇO NO AMAPÁ APÓS DESASTRE COM PLATAFORMA

A Petrobras teve uma sonda de perfuração arrastada por fortes correntes marítimas no litoral do Amapá. O equipamento não chegou a se desprender totalmente, mas sofreu uma ligeira inclinação. Com isso, a Petrobras foi obrigada a abandonar o poço, e solicitou à Agência Nacional do Petróleo (ANP) um prazo maior no plano exploratório do bloco no litoral do Amapá para estudar melhor a força das correntes na região que são muito fortes. Os prejuízos, não confirmados pela Petrobras, teriam chegado a US$ 150 milhões, de acordo com uma fonte.

O problema preocupa os diretores da ANP, pois a região, chamada de margem equatorial, estará na 11ª Rodada de Licitações. Outro ponto é que esses estudos podem levar mais de um ano, afetando ainda mais o início da produção, que está em queda hoje no Brasil.


O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, José Formigli, confirmou o incidente, ocorrido no fim de dezembro do ano passado, explicando que o problema aconteceu durante a perfuração do poço exploratório Oiapoque na costa do Amapá/Pará:


- A correnteza mais elevada fez com que o sistema de ancoragem não tivesse o que chamamos de escorregamento e, com isso, houve uma inclinação da cabeça do poço, mas tudo sob controle. Ela continuou ancorada mas escorregou, como se costuma dizer - afirmou.


Correntes com velocidades variadas


De acordo com fontes, a força do mar arrebentou o riser (cabo de exploração) e o B.O.P. (que controla a saída de petróleo no fundo do mar). Segundo técnicos, a plataforma foi arrastada por cerca de 250 metros. Agora a Petrobras está analisando o ocorrido, reestudando a área para voltar a perfurar no local um novo poço.


- A gente está estudando tudo o que aconteceu e as especificidades da região. Precisamos estar preparados em termos de ancoragem para esse tipo de situação. Só depois voltamos a perfurar no local. Quanto mais para cima da margem equatorial, a correnteza é maior - explicou Formigli.


Na Rio Oil & Gas, feira do setor que acontece no Riocentro, executivos de outras empresas comentam os desafios da região.


- Do navio até o fundo do mar, há correntezas diferentes, com velocidades variadas e em direções alternadas. O desafio é muito grande, o que exige uma grande técnica de engenharia - afirmou um deles.


A Petrobras não mencionou o ocorrido no balanço do primeiro semestre. Apenas informou que teve 41 poços abandonados, denominação usada quando a estatal não encontra petróleo ou quando ocorre algum tipo de problema técnico, em que a empresa prefere não dar continuidade à exploração.

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