sexta-feira, 25 de novembro de 2011

CONCESSÕES - Novos players apostam pesado em campos offshore e também na terra firme

Aposta amazônica – Outra brasileira quer entrar no ranking das produtoras de petróleo e gás ainda em 2011. Trata-se da HRT, que incrementou suas atividades exploratórias na Amazônia. “A HRT O&G tem a expectativa de produzir o primeiro óleo ainda este ano, no último trimestre, durante a realização de um teste de longa duração”, garante o Diretor de Planejamento da empresa, Milton Franke. Ele explica que os líquidos do gás serão separados e agregados ao óleo. “No caso de descoberta de gás natural, os poços serão testados em teste de produção e os poços abandonados temporariamente, visando futuro aproveitamento”, acrescenta.

Em relação à nova parceira, a TNK-BP, terceira maior produtora de petróleo da Rússia, para explorar blocos na Bacia do Solimões, ele observa que, como as negociações continuam em andamento, a empresa prefere não avançar nesse tema. Mas garante que, como operadora dos blocos na Bacia do Solimões, atuará de forma técnica e transparente como até aqui. “Nossa experiência como profissionais da indústria aponta que os parceiros poderão contribuir de forma importante na melhoria dos projetos por trazerem experiências vividas em outros ambientes, às vezes com muitas características em comum”, complementou.

Recursos não faltam para tocar os empreendimentos. Segundo Franke, o plano quinquenal da HRT prevê investimentos de US$ 2,7 bilhões na Bacia do Solimões e de US$ 460 milhões na Namíbia. “Somente em 2012, a empresa investirá cerca de US$ 700 milhões nesses ativos. Quase a metade destes investimentos já estará sendo orientada para atividades vinculadas ao desenvolvimento da produção. Estamos, portanto, avançando com confiança em todas as frentes do nosso programa de E&P.”

Com a mesma confiança, ele revela que a companhia tem interesse declarado nos leilões que serão realizados pela ANP. “Como profunda conhecedora da geologia das bacias sedimentares brasileiras, a HRT O&G tem interesse em várias bacias sedimentares, tanto terrestres quanto marítimas, sempre visando conduzir investimentos exploratórios para a descoberta de óleo e gás, assim como na avaliação e desenvolvimento das descobertas”, afirma, para concluir: “Temos como objetivo nos estabelecermos como produtores de óleo e gás natural.”

Independentes querem mais – Quem garante isso é a Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (ABPIP), criada em 2007 com o intuito de reunir as empresas que estão atuando ou almejam participar nas atividades de exploração e produção no país, tanto nacionais como estrangeiras. De acordo com Paulo Buarque Guimarães, secretário executivo da entidade, é grande a possibilidade de essas empresas chegarem ao final da década com mais de 500 mil de boed de produção. “A OGX e a HRT têm grandes projetos que ainda não começaram a produzir, existem bons indícios de gás no São Francisco, e a Petrobras conta com diversos sócios independentes no pré-sal”, ressalta o executivo.

Ele rebate a afirmação de que a maioria das independentes optou por terra firme, onde o risco exploratório é menor. “É preciso lembrar que a OGX é independente e atua no mar, assim como a HRT, na Namíbia. Recentemente, a Barra Energia, junto com a QGEP, adquiriu parte do campo de Bem-te-vi, em Santos, além do fato de que no pré-sal algumas independentes têm parceria com a Petrobras.”

Segundo Guimarães, a produção no mar está estabilizada há mais de um ano. “A novidade foi a entrada em produção, em abril, do campo de Peregrino, da Statoil. No mar, apesar da diferença de escala, Partex, Sonangol e Alvorada têm mostrado um crescimento consistente”, assegura.
O dirigente não acredita que, pelo fato de ter um grande volume de projetos e investimentos previstos, a Petrobras deixará maior margem para as independentes abocanharem mais campos nos próximos leilões. “É difícil a Petrobras abrir mão de investir na manutenção da carteira de projetos futuros, mesmo em terra. A disputa é sempre difícil por conta do conhecimento geológico e dos recursos da empresa”, afirma.

No entanto, ele vê a possibilidade de mais associações das independentes com a Petrobras, para ganharem maior competitividade em um mercado altamente aquecido. “As independentes são muito recentes no mercado e suas atuações até agora têm sido marcadas por uma situação de aprendizagem e de novas descobertas para aumento de ativos”, observa. “É provável que agora comece uma fase de alianças entre elas e a Petrobras, o que seria muito desejável em terra, principalmente para otimizar o uso da infraestrutura instalada.”
 
Paulo Guimarães observa que o crescimento do mercado para as companhias independentes de petróleo no Brasil depende de alguns fatores. “Seria muito mais fácil se fosse mantida a regularidade dos leilões da ANP; sem a atratividade de novos blocos, o crescimento é muito difícil.” 

Fonte: Portal Petróleo & Energia

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