quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Especial Petróleo 70 Anos -Candeias e Lobato: fundamentais para o desenvolvimento da Bahia e do Brasil

Com a não viabilidade econômica do “ouro negro” encontrado em 1939 no subúrbio do Lobato, na Bahia, os esforços exploratórios foram direcionados para outra região no Estado: o Recôncavo Baiano. Agora, os desbravadores do Lobato contavam com a dedicação da equipe técnica do Conselho Nacional de Petróleo (CNP), o que resultou na descoberta do campo de Candeias, em 14 de dezembro de 1941.
O mais antigo em atividade do país e classificado como “bacia madura” pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o campo de Candeias ainda continua cercado por remanescentes da mata atlântica, mas a região mudou. De acordo com a ANP, de terrenos de massapé, transporte de animais de sela e carros de boi, “passou a dispor de infraestrutura (sic), com uma refinaria de porte, uma planta de gasolina natural, um pólo petroquímico e um terminal marítimo de embarque e desembarque de petróleo e derivados, além de redes de oleodutos e gasodutos interligando os campos produtores às áreas de processamento”.
Candeias não só confirmou o Brasil como um país produtor de petróleo, bem como inaugurou uma sequência de marcos históricos. Um exemplo disso é a produção nacional, que passou de 75 barris diários em 1941 para a média de 1,9 milhão de barris por dia em 2006, conquistando a tão sonhada autossuficiência petrolífera.
Em relação à exploração, a descoberta na Bahia levou o país a comemorar em 1963 o surgimento da segunda província petrolífera no estado vizinho, Sergipe, no campo terrestre de Carmópolis e, posteriormente, em 1968, a descoberta do petróleo no mar, no campo de Guaricema. Já em 1976, foi encontrado o campo marítimo de Garoupa, na bacia de Campos, que mudou a escala da produção nacional e, em 2006, mais um marco histórico: a descoberta, nas bacias de Santos e Campos, de vastas reservas petrolíferas em águas ultraprofundas, a chamada camada pré-sal.
O refino – que se iniciou com a pequena unidade denominada de Refinaria Landulpho Alves no Recôncavo baiano, em 1950, com capacidade diária de 2.500 barris – também evoluiu. No Maranhão foi construída a maior refinaria da América Latina, com capacidade atualmente de 600 mil barrias por dia. Assim como o segmento de transporte, que foi estruturado a partir de 1953, com a implantação do Terminal Almirante Alves Câmara - Temadre para o escoamento por via marinha do óleo do Recôncavo baiano e dos derivados da Refinaria Landulpho Alves. Hoje, o transporte ultrapassa as fronteiras do país, com 3.150 quilômetros do gasoduto Brasil-Bolívia.
Além disso, outro grande marco histórico se diz respeito ao corpo técnico brasileiro, que mesmo sem verbas, equipamentos ou programas de formação, superou todos os obstáculos e conseguiram a façanha das descobertas fundamentais dos campos de Lobato e Candeias. É o mesmo corpo técnico, renovado e ampliado, que responde hoje em dia pela Petrobras, com competência reconhecida internacionalmente.
Portanto, a ocorrência de petróleo em Lobato e Candeias pode ser considerada como a pedra fundamental para a entrada do Brasil na indústria do petróleo e na sua exploração, produção, refino, além da cadeia econômica que se transformou a partir dos resultados no Recôncavo. Após 70 anos, com a descoberta e início da produção de petróleo do pré-sal, novamente novos horizontes se abrem no país para a consolidação de sua autonomia energética e, claro, para a Petrobras que se tornou a segunda maior empresa de petróleo no mundo

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