Quando extrair as primeiras moléculas de gás natural na Bacia do
Parnaíba – o que está previsto para ocorrer entre agosto e setembro –, a
OGX, além de marcar seu pioneirismo na produção de hidrocarbonetos na
região, considerada de fronteira, estará inaugurando o que pode vir a
ser uma nova bacia produtora no Brasil. Serão 35 anos separando as
primeiras atividades exploratórias na bacia, que datam da década de 70, e
com mais fracassos que sucessos, da primeira produção em ritmo
comercial.
Comparada com outras bacias terrestres, Parnaíba é
praticamente uma criança. Se o Recôncavo, na Bahia, a primeira bacia
terrestre a ser explorada com sucesso no país, registra a perfuração de
cerca de 6 mil poços até o momento, Parnaíba, que se estende entre os
estados do Maranhão e do Piauí, não chegou sequer a 60 poços abertos.
Essa
situação “marginal” da bacia só começou a mudar em 2007, quando foram
adquiridos dez blocos na região, ofertados na 9ª rodada da ANP, por
Comp, STR, Devon e Petrobras como operadores. Com a movimentação do
mercado via farm-ins, hoje operam na região a OGX, a Petrobras e a BP. E
a primeira já declarou descobertas.
Quase Marlim Sul
Hoje
a OGX detém os únicos dois campos comerciais de Parnaíba – Gavião Real e
Gavião Azul. As áreas vão produzir gás natural para termelétricas que
estão sendo implantadas pela MPX (braço elétrico do Grupo EBX) e pela
Petra Energia. A principal delas será a UTE Parnaíba (3.722 MW), já em
construção.
Entre agosto e setembro, a OGX pretende iniciar o
comissionamento de máquinas com uma produção de 4 milhões de m3/d. A
produção comercial das áreas está prevista para janeiro de 2013, com um
volume estimado de 6 milhões de m3/d.
E não é pouco gás para
quem já investiu algo em torno de US$ 250 milhões na região. Para se ter
ideia, o campo de Marlim Sul, operado pela Petrobras na Bacia de
Campos, é hoje o maior produtor de gás do país, com 6,4 milhões de m3/d.
O
transporte do gás produzido até a Unidade de Tratamento de Gás Natural
(UTG), que ficará nas proximidades da termelétrica, será feito por um
ramal de 4 km. O gasoduto e também a UTG serão operados pela Valerius
Geogás.
Monetizando o gás
Em
janeiro, a MPX recebeu a primeira turbina, fabricada pela GE, para a UTE
Parnaíba. O acordo entre as empresas supera US$ 1,2 bilhão para a
aquisição de 19 turbinas Frame 7 FA (183 MW cada), com garantia de
manutenção técnica por 20 anos.
Esta foi a forma que a OGX
conseguiu estruturar para financiar o projeto de produção. Gavião Real e
Gavião Azul, porém, representam apenas 4% da área total que a
petroleira detém no Parnaíba, que atinge 24,5 mil km2.
Por
isso a companhia já analisa outras saídas para monetizar o gás natural
que será produzido na região. A OGX estima que existem na área 1,5
trilhão de pés cúbicos de gás natural – cerca de 425 milhões de m3.
Entre as alternativas em estudo está a construção de uma planta de
fertilizantes e até mesmo um gasoduto até São Luís, capital do Maranhão,
a 300 km da região.
“É óbvio que todos querem a produção de
líquidos, de óleo. Estamos atrás disso também. O gerador devoniano tem
condições de produzir também líquidos”, comenta o diretor-presidente da
OGX, Paulo Mendonça, geólogo que comanda uma equipe de 20 executivos da
empresa dedicada ao Parnaíba.
Os oito blocos operados pela OGX
na bacia somam 24.500 km2. Essa área inclui a aquisição recente de
participação no bloco BT-PN-1, antes operado pela Imetame Energia.
Novas sondas a caminho
Além
das atividades de desenvolvimento da produção, a OGX também continua
uma grande campanha exploratória nos blocos. A empresa já perfurou 19
poços, sendo três secos. Um sucesso de quase 85%.
Até o fim do
próximo ano, está projetada a perfuração de 14 novos poços – seis em
2012 e oito em 2013. Ao todo, a OGX tem mapeado 18 prospectos
exploratórios.
Para ampliar sua campanha, a petroleira
fechou contrato com a Tuscany Drilling para o afretamento de duas novas
sondas. A primeira, que será usada para completar os poços de
desenvolvimento, deve chegar ao Maranhão ainda neste mês. Em junho,
chega a outra sonda. A estimativa é que as cinco unidades – a OGX já
conta com duas sondas da Queiroz Galvão e uma da Cowan afretadas –
atendam a atual demanda.
Mais sísmica
Os
trabalhos exploratórios da OGX na região contemplam ainda para este ano
a aquisição de 2 mil km de sísmica 2D e outros 175 km2 de dados 3D. A
empresa já mapeou 8.331 km 2D e 300 km2 de 3D na região.
Com
as aquisições, que estão sendo feitas pela Georadar, que mantém uma
equipe dedicada ao projeto da OGX, a petroleira vem trabalhando para
reduzir o custos de seus poços. A empresa tem trabalhado com um custo
médio de US$ 5 milhões por poço exploratório e de US$ 9 milhões por poço
completado. Isso já representa uma redução de cerca de 50% dos custos
iniciais.
Os dados levantados pela Georadar são processados
pelo Centro Potiguar de Geociências (CPGeo) e interpretados na própria
OGX por equipe própria de geólogo e geofísicos. “A otimização é em
grande parte por conta da sísmica que fizemos antes. Já estamos
levantando sísmica na região há dois anos. Não paramos”, conta o
gerente-executivo de Bacias Terrestres da OGX, Celso Martins.
Cidades recebem recursos
A
campanha da OGX já tem rendido fruto para os municípios do Maranhão
onde estão os blocos da companhia. A empresa estima que já pagou mais de
R$ 10 milhões de ISS a cerca de 30 cidades maranhenses.
Somente
na campanha de aquisição de dados sísmicos, a OGX acredita que serão
gerados 1.500 empregos diretos de mão de obra local. “O que está
mudando? Está mudando a história da região. As expectativas são a
alavanca da humanidade”, profetiza Mendonça.
ola
ResponderExcluirestava recentemente no Site da OGX/MPX em Santo Antonio dos Lopes, cidade onde estão localizados os poços produtores e será construida a termoeletrica da MPX.
Constatei com meus proprios olhos algo mangnifico. Uma area gigantesca sendo construida, onde maquinas dia e noite não param com o objetivo de tonar real um do maiores pólos de produção de energia do Barail.
A primeiras turbinas contratadas ja estão no local, a rede de tubulações que interligará os poços a UTG e esta a termo, já estão prontas para serem localizadas.
É uma empreitada com misto de ousadia e pioneirismo que deve ser louvada e pontuada da mesma forma que aconteceu na Bahia a 70 anos atrás as margens do Maruá.Mesmo não sendo com tanto clamour e dinheirama em tempos de emergencia do Brasil, mas merece nosso apóio mesmo com todos os percalços e opiniões contrárias.
Os Santantonhenses, moradores da pequena cidade de Santo Antonio dos Lopes localizada na região dos cocais a 260 km da capital com 14,500 mil habitantes, estão em estado de graça. A população em peso se mobiliza em prol desta oportunidade. A renda da população, que antes dependia da agricultura de subsistência e de empregos cedidos através de favores políticos, cresceu trazendo perspectiva para aquele povo. Hotéis foram criados,preço de aluguéis creceram e a maioria conseguiu um emprego com carteira assinada e salários melhores.
A cidade espera um crescimento absurdo de sua população, estima-se que será de 50 mil habitantes em menos de 5 anos.
O desnvolvimento chegou para estas bandas e que venha e fique. Amém.
Josue B Moraes
São Luis - Ma