O Brasil pode estar entre os cinco maiores detentores de reservas de gás
não convencional do mundo, mercado hoje dominado por EUA e China. Teria
potencial semelhante ao de grandes produtores, como Argentina e México.
A informação foi dada ontem (19) ao Globo por Marcos Tavares,
presidente da Gas Energy, empresa de consultoria do setor de gás
natural, que está participando da Rio Oil & Gas no Riocentro. O
executivo lembra que a vantagem desse gás é que poderá ser produzido no
interior do país, que hoje não recebe o gás convencional, quase todo
oriundo das plataformas offshore:
“Com o desenvolvimento dessas reservas, poderíamos realmente interiorizar o gás no Brasil, e atrair muitas novas empresas médias e pequenas para esta produção e comercialização, com rodadas do ANP (Agência Nacional de Petróleo) específicas para este segmento da nossa indústria.”
Pioneirismo em risco
Segundo Tavares, sem grandes pesquisas, o país ainda pode alcançar reservas de 500 TCF. Esta é a medida usada pelo setor: um TCF é a possibilidade de fornecer 4 milímetros cúbicos por dia de gás por 20 anos. Hoje, o Brasil tem 13 TCF de reservas provadas e 25 de reservas totais.
“Imagine a quantidade de gás que temos de potencial”, destacou Tavares. “Entretanto, temos de criar para este setor um novo marco regulatório, já que os atuais contratos de concessão não funcionam para o gás não convencional. É preciso definir parâmetros para estrutura do período exploratório, comprovação de reservas, declaração de comercialidade, plano de desenvolvimento, tributação, entre outros”, afirmou.
No Brasil, o gás não convencional mais comum até o momento, sobretudo na Bacia do São Francisco, em Minas Gerais, é o chamado tight gas, encontrado em rochas de baixa porosidade. Na região, a Petrobras está desenvolvendo trabalhos exploratórios, assim como a Petra, uma empresa privada.
Mas especialistas acreditam que o maior volume de reservas de gás não convencional no Brasil são do tipo shale gas, ou seja, gás de xisto.
O presidente do conselho diretor da Associação Brasileira de Indústria Química (Abiquim), Henri Armand Slezynger, chamou atenção ontem, na Rio Oil & Gas, para a necessidade de investimento na produção do gás não convencional. De acordo com o executivo, EUA, China e Argentina já são grandes produtores e é urgente que o Brasil se adapte:
“Nosso pioneirismo na América Latina corre riscos. Não há país economicamente forte sem indústria química forte”, disse.
Falta de dutos é obstáculo
O gás é um importante insumo para a indústria química. Slezynger defende que, se o gás não convencional fosse explorado em sua totalidade, sanaria as necessidades energéticas do mundo por 250 anos. Ele lembra porém que, no Brasil, se esse gás fosse explorado, existiria o obstáculo da falta de dutos.
Segundo o executivo, o setor industrial brasileiro movimentou cerca de US$ 168 bilhões no ano passado, mas poderia ter superado esse valor. “O consumo no país está sendo suprido por importações, o que é uma pena.” Na opinião de Slezynger, para eliminar as importações, seriam necessários investimentos na faixa de US$ 10,2 bilhões até 2020.
“Com o desenvolvimento dessas reservas, poderíamos realmente interiorizar o gás no Brasil, e atrair muitas novas empresas médias e pequenas para esta produção e comercialização, com rodadas do ANP (Agência Nacional de Petróleo) específicas para este segmento da nossa indústria.”
Pioneirismo em risco
Segundo Tavares, sem grandes pesquisas, o país ainda pode alcançar reservas de 500 TCF. Esta é a medida usada pelo setor: um TCF é a possibilidade de fornecer 4 milímetros cúbicos por dia de gás por 20 anos. Hoje, o Brasil tem 13 TCF de reservas provadas e 25 de reservas totais.
“Imagine a quantidade de gás que temos de potencial”, destacou Tavares. “Entretanto, temos de criar para este setor um novo marco regulatório, já que os atuais contratos de concessão não funcionam para o gás não convencional. É preciso definir parâmetros para estrutura do período exploratório, comprovação de reservas, declaração de comercialidade, plano de desenvolvimento, tributação, entre outros”, afirmou.
No Brasil, o gás não convencional mais comum até o momento, sobretudo na Bacia do São Francisco, em Minas Gerais, é o chamado tight gas, encontrado em rochas de baixa porosidade. Na região, a Petrobras está desenvolvendo trabalhos exploratórios, assim como a Petra, uma empresa privada.
Mas especialistas acreditam que o maior volume de reservas de gás não convencional no Brasil são do tipo shale gas, ou seja, gás de xisto.
O presidente do conselho diretor da Associação Brasileira de Indústria Química (Abiquim), Henri Armand Slezynger, chamou atenção ontem, na Rio Oil & Gas, para a necessidade de investimento na produção do gás não convencional. De acordo com o executivo, EUA, China e Argentina já são grandes produtores e é urgente que o Brasil se adapte:
“Nosso pioneirismo na América Latina corre riscos. Não há país economicamente forte sem indústria química forte”, disse.
Falta de dutos é obstáculo
O gás é um importante insumo para a indústria química. Slezynger defende que, se o gás não convencional fosse explorado em sua totalidade, sanaria as necessidades energéticas do mundo por 250 anos. Ele lembra porém que, no Brasil, se esse gás fosse explorado, existiria o obstáculo da falta de dutos.
Segundo o executivo, o setor industrial brasileiro movimentou cerca de US$ 168 bilhões no ano passado, mas poderia ter superado esse valor. “O consumo no país está sendo suprido por importações, o que é uma pena.” Na opinião de Slezynger, para eliminar as importações, seriam necessários investimentos na faixa de US$ 10,2 bilhões até 2020.
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