Conhecidas em inglês como oil sands ou tar sands,
as areias betuminosas canadenses são gigantescos depósitos de betume
localizados no norte da província de Alberta, com ramificações na
vizinha Saskatchewan . Forma semissólida de
petróleo cru, mais pesado e de menor valor comercial, esse betume
impregna as rochas, compostas basicamente por areia e argila. Quase
totalmente imóvel dentro da rocha matriz, o betume não flui para dentro
de um poço, como o petróleo cru convencional, e tem de ser extraído por
métodos diferentes.
O maior depósito de areia betuminosa do mundo fica em Alberta: o
Athabasca, nome do rio que atravessa a região. Ele e dois depósitos
menores, Peace River e Cold Lake, perfazem uma área de cerca de 140,2
mil quilômetros quadrados, pouco menor que a do Amapá. São terras
escassamente povoadas, nas quais predominam a floresta boreal e jazidas
de turfa.
A particularidade maior do depósito de Athabasca é que, ali, o
petróleo está perto da superfície – cerca de 10% do campo fica a menos
de 75 metros de profundidade. É praticamente uma mina a céu aberto, o
que permite que o óleo seja retirado por técnicas de mineração em larga
escala.
A extração de petróleo na região começou modestamente, em 1967,
num empreendimento da Great Canadian Oil Sands Limited (subsidiária
canadense da Sun Oil Company, dos Estados Unidos, hoje independente e
renomeada Suncor Energy), mas as cotações internacionais da commodity
tornaram o negócio desinteressante por várias décadas. Foi só com a
subida dos preços no início deste século que a exploração se consolidou
ali. Já em 2001, o Canadá se tornou o maior exportador de petróleo para
os Estados Unidos, superando a Arábia Saudita.
No entanto, diferentemente do petróleo saudita, fácil de retirar, o das
areias betuminosas canadenses envolve formidáveis custos ambientais. Até
meados de 2008, a mineração respondia pela derrubada de 470 quilômetros
quadrados de floresta e pela criação de 130 quilômetros quadrados de
lagoas de decantação repletas de resíduos tóxicos. Ambientalistas e
profissionais da saúde alertam que essa atividade polui substancialmente
a atmosfera, ameaça os ecossistemas da área, mata peixes e já
contabiliza casos de câncer em humanos.
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