sábado, 9 de junho de 2012

Renovando a frota terrestre

A Petrobras está dando os primeiros passos para renovar sua carteira atual de sondas de workover e perfuração terrestre. A área de E&P Norte e Nordeste da petroleira está concluindo um processo de licitação, aberto em meados do ano passado, para afretar 28 sondas de perfuração. Para o segundo semestre é esperado o lançamento de uma concorrência destinada a adquirir 38 novas sondas, sendo 25 de workover e 13 de perfuração.
Todo o processo de renovação deve durar por volta de três anos e ter conteúdo local médio de cerca de 75%. A construção das novas unidades pode movimentar algo em torno de US$ 300 milhões – cifra que já está mexendo com o setor.
 Estimativas de mercado dão conta de que a construção das sondas no país pode variar entre US$ 3 milhões e US$ 5 milhões por unidade, dependendo da capacidade e do tipo de cada sonda. As unidades mais baratas e simples tecnologicamente são as de workover.

Quatorze lotes

Na licitação aberta no ano passado, a Petrobras convidou cerca de 30 empresas e dividiu as sondas em 14 lotes. O conteúdo local requerido na concorrência está na casa dos 75% para novas sondas. Os prazos de entrega das unidades são de até um ano a partir da assinatura do contrato.
A ETX, do Grupo UBX, foi a grande vencedora da concorrência e apresentou o melhor preço para 18 das 28 unidades. A empresa já possui hoje US$ 127 milhões em contratos de afretamento de sondas com a Petrobras. A Empercom, que também já afreta unidades à Petrobras, ofertou o menor preço para o afretamento de seis sondas. E a Braserv levou o contrato de quatro sondas.
Até o fechamento desta edição, os contratos da concorrência não haviam sido fechados. Por isso já circulam no mercado rumores de que a licitação pode ser cancelada. Como no Brasil não existe hoje nenhuma fábrica instalada para construção de sondas, os vencedores terão de suar para cumprir prazo e índices de conteúdo local. Isso reforça ainda mais os rumores.

Cinco mil poços em terra

A Petrobras possui hoje 83 sondas terrestres em sua carteira, sendo nove próprias e 74 contratadas. Para se ter ideia do que isso representa, a segunda maior carteira onshore do país atualmente é da OGX, com cinco sondas afretadas para campanhas na Bacia do Parnaíba.
Há no mercado brasileiro 83 sondas de perfuração e workover autorizadas pela ANP a operar. De acordo com dados da Baker Hughes, 47 delas estavam atuando durante o mês de abril do Espírito Santo ao Solimões, onde a HRT mantém quatro sondas helitransportáveis operando.
Por falar em HRT, a petroleira decidiu vender duas das quatro sondas encomendadas ao consórcio Andrews Technologies-Sichuan Honghua Petroleum, que estão sendo construídas na China. As outras duas sondas serão trazidas para o Brasil, ampliando, assim, o portfólio da companhia para seis sondas.

Idade avançada

Boa parte da frota brasileira de sondas terrestre está sucateada e precisa realmente ser renovada. Assim como fez ao contratar sondas offshore, a Petrobras está tentando estimular o mercado para renovar a sua frota sem necessidade de contratar equipamentos no exterior.
O planejamento da petroleira é conseguir ampliar sua campanha de perfuração nos próximos três anos e conseguir perfurar cerca de 5 mil poços até 2015. Para um mercado que perfurou 600 poços em 2010, é de fato um desafio considerável.
Procurada pela Brasil Energia para falar sobre o assunto, a Petrobras não atendeu aos pedidos de entrevista até o fechamento desta edição.
Brasil Energia

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