A Petrobras está dando os primeiros passos para renovar sua carteira
atual de sondas de workover e perfuração terrestre. A área de E&P
Norte e Nordeste da petroleira está concluindo um processo de licitação,
aberto em meados do ano passado, para afretar 28 sondas de perfuração.
Para o segundo semestre é esperado o lançamento de uma concorrência
destinada a adquirir 38 novas sondas, sendo 25 de workover e 13 de
perfuração.
Todo o processo de renovação deve durar por volta de três anos e ter
conteúdo local médio de cerca de 75%. A construção das novas unidades
pode movimentar algo em torno de US$ 300 milhões – cifra que já está
mexendo com o setor.
Estimativas de mercado dão conta de que a construção das sondas no
país pode variar entre US$ 3 milhões e US$ 5 milhões por unidade,
dependendo da capacidade e do tipo de cada sonda. As unidades mais
baratas e simples tecnologicamente são as de workover.
Quatorze lotes
Na licitação aberta no ano passado, a Petrobras convidou cerca de 30
empresas e dividiu as sondas em 14 lotes. O conteúdo local requerido na
concorrência está na casa dos 75% para novas sondas. Os prazos de
entrega das unidades são de até um ano a partir da assinatura do
contrato.
A ETX, do Grupo UBX, foi a grande vencedora da concorrência e
apresentou o melhor preço para 18 das 28 unidades. A empresa já possui
hoje US$ 127 milhões em contratos de afretamento de sondas com a
Petrobras. A Empercom, que também já afreta unidades à Petrobras,
ofertou o menor preço para o afretamento de seis sondas. E a Braserv
levou o contrato de quatro sondas.
Até o fechamento desta edição, os contratos da concorrência não
haviam sido fechados. Por isso já circulam no mercado rumores de que a
licitação pode ser cancelada. Como no Brasil não existe hoje nenhuma
fábrica instalada para construção de sondas, os vencedores terão de suar
para cumprir prazo e índices de conteúdo local. Isso reforça ainda mais
os rumores.
Cinco mil poços em terra
A Petrobras possui hoje 83 sondas terrestres em sua carteira, sendo
nove próprias e 74 contratadas. Para se ter ideia do que isso
representa, a segunda maior carteira onshore do país atualmente é da
OGX, com cinco sondas afretadas para campanhas na Bacia do Parnaíba.
Há no mercado brasileiro 83 sondas de perfuração e workover
autorizadas pela ANP a operar. De acordo com dados da Baker Hughes, 47
delas estavam atuando durante o mês de abril do Espírito Santo ao
Solimões, onde a HRT mantém quatro sondas helitransportáveis operando.
Por falar em HRT, a petroleira decidiu vender duas das quatro sondas
encomendadas ao consórcio Andrews Technologies-Sichuan Honghua
Petroleum, que estão sendo construídas na China. As outras duas sondas
serão trazidas para o Brasil, ampliando, assim, o portfólio da companhia
para seis sondas.
Idade avançada
Boa parte da frota brasileira de sondas terrestre está sucateada e
precisa realmente ser renovada. Assim como fez ao contratar sondas
offshore, a Petrobras está tentando estimular o mercado para renovar a
sua frota sem necessidade de contratar equipamentos no exterior.
O planejamento da petroleira é conseguir ampliar sua campanha de
perfuração nos próximos três anos e conseguir perfurar cerca de 5 mil
poços até 2015. Para um mercado que perfurou 600 poços em 2010, é de
fato um desafio considerável.
Procurada pela Brasil Energia para falar sobre o assunto, a Petrobras
não atendeu aos pedidos de entrevista até o fechamento desta edição.
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