BACIA DO RIO SÃO FRANCISCO É NOVA FRONTEIRA DE EXPLORAÇÃO
A nova fronteira exploratória terrestre de gás natural no País, forma
como foi batizada a bacia sedimentar do Rio São Francisco, deflagrou uma
febre em busca do insumo em Minas Gerais.
A promessa de
grandes reservas do produto resultou em muitos investimentos em
prospecções por empresas como Petra Energia e Shell. Mas o início de
produção nos lotes já sob concessão é apenas uma expectativa, e
companhias que exploram a área estimam que sejam necessários mais dois
ou três anos de pesquisas para se ter uma ideia precisa do volume das
reservas.
Apenas a Petra, proprietária da concessão de 24
blocos exploratórios na área, previa investimentos de aproximadamente R$
970 milhões até o ano que vem para viabilizar a exploração de gás na
bacia. Dona da maior área de exploração terrestre de gás no País, a
empresa já perfurou ou está em fase de finalização de 14 poços na região
e fez levantamento sísmico de 20 mil quilômetros.
Apesar de
encontrar indícios do combustível, ainda não tem dados para estimar o
tamanho das reservas. Segundo a assessoria da companhia, o valor
investido até o momento "apenas será conhecido no final de 2012" e a
estimativa do volume de gás nos blocos "vai se dar apenas após concluir a
fase de avaliação, a partir de 2013".
Atualmente, há 39 blocos
sob concessão e o mercado aguardava a realização de leilão de pelo
menos outros nove ainda em 2012. Segundo a Agência Nacional do Petróleo,
Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), porém, há planejamento para a
realização de novo leilão a princípio em maio de 2013.
A ANP
informou que não tem estimativas do potencial das reservas e que "os
blocos a serem ofertados" no leilão "ainda serão divulgados".
Otimismo. Mesmo sem conhecimento preciso do volume das reservas, no
entanto, as empresas que investem na área estão otimistas com as
prospecções. Um dos trabalhos mais avançados é o do consórcio Cebasf,
operado pela Orteng Equipamentos e Sistemas, com participação da
Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas (Codemig) - controlada
pelo governo mineiro -, da Delp Engenharia e da Imetame.
Em
agosto, a ANP aprovou um Plano de Avaliação de Descoberta apresentado
pelo grupo, com vencimento em 2019, para avaliação do potencial de uma
reserva próxima a Morada Nova de Minas, na região central do Estado,
onde foi perfurado o primeiro poço da Bacia do São Francisco.
De acordo com o diretor de Óleo e Gás da Orteng, Frederico Macedo, a
estimativa é de que o volume acumulado na reserva possa chegar a 34
trilhões de pés cúbicos (TCF), equivalentes a 962,7 bilhões de metros
cúbicos de gás.
Segundo Macedo, os testes de viabilidade
econômica devem ser feitos no início de 2013, quando a empresa planeja
perfurar "mais três ou quatro poços". "Devemos iniciar a produção em
dois anos", afirmou. A expectativa é de extração de até 8 milhões de
metros cúbicos diários de gás.
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