A 5X Petróleo desta semana é com o
consultor de petróleo e gás, Jean Egito, que explica aos leitores do
NNpetro, as perspectivas para os próximos leilões de petróleo no Brasil
e a projeção da Petrobras após as negociações.
1X) NNpetro
- A Petrobras será operadora de todos os blocos licitados na Província
Pré-Sal e ainda terá 30% de participação nos mesmos. A estatal também
tem a opção de participar dos consórcios para adquirir os 70% restantes.
O senhor acredita que a Petrobras terá dificuldades financeiras para
realizar investimentos nos próximos leilões?
Jean Egito
- A formação de consórcios é uma prática adotada pelas empresas de
petróleo para mitigar riscos e dividir os investimentos em exploração e
desenvolvimento da produção em blocos adquiridos.
O primeiro
leilão do Pré-sal está previsto para novembro de 2013 e será o primeiro
realizado em regime de partilha de produção. Normalmente, leva-se
até oito anos entre o período de exploração e avaliação das descobertas
antes de declarar comercialidade de um campo.
No Plano de
Negócios e Gestão 2012-2016 prevê-se uma produção diária de 4 milhões e
200 mil barris em 2020 - o que representa o dobro da produção atual da
Petrobras e consequentemente um caixa igualmente maior.
Com este
dado, junto ao fato dos investimentos serem divididos entre os
consórcios e o abatimento da parcela do óleo custo, acredito que não
haverá dificuldades financeiras para a Petrobras desenvolver novas
áreas.
2X) NNpetro - Como o senhor enxerga o cenário da Petrobras no mercado após a realização dos próximos leilões?
Jean Egito
- A Petrobras é uma das maiores indústrias de petróleo no mundo e
referência mundial em águas ultra profundas. Com o cumprimento das metas
do Plano de Negócios e Gestão anunciado em junho passado, o mercado
reavaliará a situação.
Acredito que a desconfiança maior não é
diretamente em relação à Petrobras e sim em relação à capacidade da
indústria nacional em atender as demandas da empresa. Desta forma, a
companhia reestruturou sua área de engenharia e criou uma nova gerência
executiva no E&P para atuar junto aos estaleiros, fornecedores de
itens críticos e demais parceiros para garantir a entrega nos prazos
contratados. Particularmente estou muito otimista com o futuro da
companhia.
3X) NNpetro - Exceto a Petrobras, que já terá
participação garantida de no mínimo 30% de todos os blocos licitados no
próximo leilão do Pré-Sal, quais são as empresas que o senhor acredita
que realizarão mais investimentos na 11ª rodada de licitações de
petróleo e gás?
Jean Egito
- Acredito que as empresas que já operam no país são as grandes
investidoras. Acho também que empresas petrolíferas chinesas vão
procurar participação em consórcios para garantir um maior fornecimento
de petróleo para seu país, visto que a projeção é de aumento na demanda
de petróleo na China.
4X) NNpetro - O
senhor acredita que a demora na realização dos leilões de petróleo – o
último foi ofertado em 2008 - trouxe algum impacto negativo para a
industria de óleo e gás brasileira?
Jean Egito
- O hiato ocorrido entre o último leilão e o previsto para 2013, não
afeta significativamente a expansão brasileira na indústria de petróleo e
gás.
No momento vários empreendimentos de grande porte estão
ocorrendo mesmo sem termos tido leilões recentemente. Há várias
encomendas de navios petroleiros, sondas de perfuração, unidades de
produção e outros produtos e serviços que serão fornecidos pela
indústria brasileira. Estaleiros estão sendo construídos para atender a
esta demanda criada pela Petrobras, OGX e operadoras estrangeiras que
atuam no Brasil. Há fornecedores de dutos, árvores de natal molhadas e
outros equipamentos se estabelecendo ou ampliando suas fábricas no país.
Os
ganhadores dos próximos leilões encontrarão um mercado fornecedor
brasileiro mais preparado e competitivo para atender às suas demandas
por bens e serviços para a exploração e produção de Petróleo e Gás.
5X) NNpetro - Recentemente,
a ANP divulgou que a produção média de agosto do pré-sal caiu 2,7% em
relação a julho deste ano. O senhor acredita que poder existir nos
próximos meses mais reduções? Elas poderão impactar negativamente o
leilão do pré-sal?
Jean Egito - A queda
de produção se deu por problemas operacionais no Piloto de Lula. A
natureza deste primeiro projeto implantado no polo pré-sal da Bacia de
Santos de adquirir conhecimento sobre esta nova fronteira exploratória e
normal acontecerem alguns contratempos. Mesmo com a queda de produção
03 pontos deste piloto ficaram entre os 5 maiores produtores de acordo
com o mesmo relatório. Isso mostra que o potencial do pré-sal muito
grande e vai, cada vez mais, atrair o interesse da indústria de
petróleo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário